segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

sem tempo

Hoje estou sem tempo para dar o que sinto.

Vou guardar as emoções numa caixinha de cristal
e amanhã, quem sabe, arranje algum tempo para usar
o vestido que mais gosto enfeitado
com um laço vermelho no lado esquerdo do peito,
um gloss bem brilhante a disfarçar o sorriso
e uma melena solta a esconder o violeta do olhar,
porque hoje estou sem tempo até para mim...

E eu quero ainda ter tempo!

28 Dezº2009

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Noite de Natal

Hoje poderia escrever muito e não dizer nada. Por isso mesmo, o que deixo escrito é para reafirmar que o meu Mundo nem começou nem acabou aqui.
Rodearam-me os seres que mais me amam e que eu incondicionalmente amarei até ao fim dos meus dias.
A felicidade é feita de pequenos nada e hoje fui feliz.

MIA
24/25 Dezº2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Regresso

Sabia que havia de voltar aqui
onde por mais que me perca
sempre me encontro
e cada vez mais me descubro
Percorro as entranhas
e no mais escuro de mim
vejo o que ninguém vê
leio o que ninguém lê
Dispo o manto roxo
desta asfixia passageira
balanço numa sonata de Outono
e desnudada de mim
com um simples
laço vermelho ao peito
despeço-me das mágoas
e faminta de fé
espero o Inverno chegar

MIA
10 Dezº 2009

Dezembro

Dezembro.
É sempre assim neste mês...
Mesmo que haja sol sinto frio, desconforto
e no imenso ruído que me rodeia
um enorme silêncio
onde mergulho sem voz nem vontade.
Do folclore de luzes
mais uma vez não vai ficar nada
a não ser montes de cartão
espalhados pelas ruas
e laços coloridos desfeitos de ilusão
Em cada neon mais cintilante
viverá o mais obscuro de todos nós
e entre pragas e desaforos
juntaremos de novo quem não queremos
e em suspiros contidos
amassaremos a vontade de ser diferente
Lágrimas de falsete iluminarão
o que já não tem luz
e das velas acesas nas mesas de festa
emanará um cheiro de cera queimada
que fará lembrar cemitérios de pranto
onde jaz quem nos faz falta
Alargaremos dois furos no cinto do desperdício
beberemos até nem saber dizer basta
e quando tudo acabar
das mãos abertas de nada
sairá o desespero
sem força para agarrar o já perdido
mas quem sabe
ainda com alguma esperança
de que tudo se transforme...

MIA
10 Dez 2009