domingo, 28 de junho de 2009

Quem sabe?

Quem sabe?

Tenho fome dos teus beijos
porque nunca me beijaste
como se fosse a última vez...
Sinto a falta do teu abraço
porque nunca me apertaste
como se fosse o último...
No teu olhar nunca vi o vazio
nem no teu adeus
o até nunca mais...
Mas quem sabe meu Amor
se fui eu que nunca li,
tanta era a ternura que tinha
quando olhava para ti?

Fazes-me falta
Amo-te
MIA

Já tinhas um nome

" Tu já tinhas um nome, eu não sei se eras fonte ou brisa ou mar ou flor. Nos meus versos chamar-te-ei AMOR "
Eugénio de Andrade


Meu Amor,
fosse eu poeta para te poder dar os mais lindos versos dizendo por escrito o que não consigo em palavras. Fosse eu a fonte pura e cristalina para te refrescar o corpo e a alma duma história que é só tua. Fosse eu a brisa dum vento suão que te pudesse empurrar de encontro ao meu corpo sedento de ti e das tuas carícias. Fosse eu o mar onde o teu mergulho te lavasse das dores e da tristeza para que só sentisses alegria. Fosse eu a flor colorida e cheirosa para encher de vida e aroma a tua existência...fosse eu meu Amor o criador e dar-te-ia um mundo perfeito só para que fosses feliz.
Mas mesmo não sendo poeta nem fonte, brisa, mar ou flor, deixo-te as palavras que sei para te dar AMOR!
Um beijo
MIA
8 Fev2009

Amar sem ser poeta

Se fosses poeta,
poderias ler nos meus olhos o que sinto
e ouvir as palavras que não quero dizer
para não te querer magoar.

Se fosses poeta,
entenderias mesmo ao longe
quando minhas asas não querem voar
porque cheias de cansaço
recusam o levantar.

Se fosses poeta,
sentirias as lágrimas do meu peito
que num sufocar de tristeza
não me deixam respirar.

Se fosses poeta saberias
que não é o tempo que cura as dores
mas que só o Amor é capaz
de tratar e suavizar.

Se fosses poeta,
perceberias como te amo
e não duvidarias
nunca da forma do meu sentir.

Se fosses poeta,
não ignorarias a minha presença
e com um simples gesto ter-me-ias de novo
enrolada a ti sussurrando como te quero

Se fosses poeta,
só poderias amar-me como eu a ti
sentindo a emoção de simplesmente querer.

Se fosses poeta...

Mas não Meu Amor, não és poeta
nem precisarias de sê-lo para me amar...
Para isso bastaria deixar partir o medo
e voltar a acreditar...

MIA

A Onda

Meu Amor,
como gostaria de ser a onda mais cálida,
a mais salgada, a mais cristalina,
onde pudesses mergulhar de prazer
e sair purificado das dores
que atormentam teu corpo
e tornam os teus dias menos bons.

Como gostaria de ser a onda
que mesmo num denso nevoeiro
te levaria ao colo para um país de sonho
onde só fizesse sol e calor
e onde teu corpo se curasse dos males
que a idade trás e faz doer.

Como gostaria de ser a onda
que por trás dum sol pôr
te levaria a esconder atrás da lua
e num doce embalar de trapézio
te fizesse dormir docemente
para que o acordar fosse prazenteiro.

Como gostaria de ser a onda
que te arrastasse comigo
para o mais profundo dos mares
e lá onde não há sol, nem luz, nem dor,
mas vida e onde só os sentimentos
fossem donos de nós.

Como gostaria de ser onda
para poder embrulhar-me em ti
e proteger-te
para que nunca te magoasses
ou sofresses,
quando em pleno desgoverno
me desfizesse de encontro
a uma rocha traiçoeira
que pudesse atravessar-se no caminho.

Como gostaria de ser a onda
onde só tu navegasses...

Um beijo
MIA

As Horas

As Horas

Passam as horas
mas o meu relógio nunca pára...
Marca o tempo de chegar
e o tempo de partir,
as horas do amor,
dos afectos e das dores,
da tristeza e da paixão.
Marca horas para amar,
sofrer, sorrir e até cantar,
mas quando seus ponteiros
se cruzam,
não se beijam nem abraçam,
rodam sempre sózinhos
à procura do tempo que passa.
O meu relógio não pára
há-de bater enquanto eu quiser
para eu ver o tempo passar
o mais rápido que puder
e cruzar-me com o teu
para que o bater das horas
possa ser a compasso
e eu ser tua e tu meu.

Amo-te
MIA

quinta-feira, 11 de junho de 2009

E a poesia?

" E a poesia? "

Sempre que quiseram esquecer
que a minha alma sofria
escondida atrás das nuvens
e passaram a amar só meu corpo,
deixou de haver luz
e com a escuridão deixou de haver poesia...

E sem o som do poema
a vida não tem cor
e torna-se grande monotonia.

Quando esqueceram
ou quiseram esquecer que eu existia,
deixei-me morrer para renascer noutro dia
só para que voltasse a haver luz
e de novo poesia...

E sempre que o Sol brilhar,
sempre que eu quiser,
sempre que valha a pena,
renascerei de novo
só para voltar a haver luz
onde não houver um poema.

MIA
10 Jun 2009