De veias entupidas de pranto
arrasta-se como se não tivesse pés
Já nem sente o abraço amigo
que lhe limpa a alma em ferida
Soluça-lhe a pele
gotejando ao sabor da maré
trazendo-lhe a certeza
que dor maior que parir
é ver um filho partir cedo demais
MIA
28 Fevº 2011
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Ás vezes
Ontem
quis ver-te
mas mal brilhavas
escondido pelas nuvens
Hoje
quis falar-te
mas de tão débil
a boca não se abriu
Para quê procurar-te
se és uma sombra?
Não desisto
desse silêncio/escuridão
mas ás vezes
viro costas
e fico cega, surda e muda.
MIA
25 Fevº 2011
quis ver-te
mas mal brilhavas
escondido pelas nuvens
Hoje
quis falar-te
mas de tão débil
a boca não se abriu
Para quê procurar-te
se és uma sombra?
Não desisto
desse silêncio/escuridão
mas ás vezes
viro costas
e fico cega, surda e muda.
MIA
25 Fevº 2011
Quem és tu?
Mulher
quem és tu
que sempre que falas de amor
caem lágrimas do teu peito?
Desististe da emoção?
Não?
Então porquê
a aridez do teu rosto?
Adormece a dor
ainda que grite
e por momentos sorri
porque não estás só!
MIA
25 Fevº 2011
quem és tu
que sempre que falas de amor
caem lágrimas do teu peito?
Desististe da emoção?
Não?
Então porquê
a aridez do teu rosto?
Adormece a dor
ainda que grite
e por momentos sorri
porque não estás só!
MIA
25 Fevº 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
ainda que...
Ainda que faminta
resisti ao teu olhar
e passeei-me por mares
navegados de estrelas
Ainda que triste
sorri ao luar
e da noite fiz
a mais linda madrugada
E ainda
que não seja Primavera
acariciei o teu rosto pálido
respirei fundo e voei!
MIA
23 Fevº 2011
resisti ao teu olhar
e passeei-me por mares
navegados de estrelas
Ainda que triste
sorri ao luar
e da noite fiz
a mais linda madrugada
E ainda
que não seja Primavera
acariciei o teu rosto pálido
respirei fundo e voei!
MIA
23 Fevº 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
surpresa
Apareci
de surpresa no teu olhar
e foi tão de repente
que encerraste os olhos para me não ver
Só que
o tremor das tuas mão traíu-te
e então
guardei-te o beijo que esperavas
Cabisbaixo
coraste
mas não sorriste...
MIA
22 Fevº 2011
de surpresa no teu olhar
e foi tão de repente
que encerraste os olhos para me não ver
Só que
o tremor das tuas mão traíu-te
e então
guardei-te o beijo que esperavas
Cabisbaixo
coraste
mas não sorriste...
MIA
22 Fevº 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Por aí...
Arrastavam-se os meus olhos
pelo teu corpo feito ocaso
quando percebi
quão precoce te deixaste partir
Do teu olhar sem idade
brilhava a ausência
indiferente ao cair duma chuva
que há muito te vestia de negro
Já nem sombra eras...
Malditas as papoilas da tua agonia.
MIA
20 Fevº 2011
pelo teu corpo feito ocaso
quando percebi
quão precoce te deixaste partir
Do teu olhar sem idade
brilhava a ausência
indiferente ao cair duma chuva
que há muito te vestia de negro
Já nem sombra eras...
Malditas as papoilas da tua agonia.
MIA
20 Fevº 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Ausência
Vestiria
a poeira dos teus passos
na noite engalanada de estrelas
Despiria
o teu olhar cintilante
mesmo que nevasse lá fora
Seria de novo tua
ainda que soubesse
ser pela última vez
Mas já não me visto
nem me dispo
porque tu já não estás
MIA
17 Fevº 2011
a poeira dos teus passos
na noite engalanada de estrelas
Despiria
o teu olhar cintilante
mesmo que nevasse lá fora
Seria de novo tua
ainda que soubesse
ser pela última vez
Mas já não me visto
nem me dispo
porque tu já não estás
MIA
17 Fevº 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Escuridão
O mais profundo de mim
é o mar
Hoje tenebroso
amanhã talvez sereno
mas sempre agitado
Pareço lua
à procura das estrelas
logo hoje que não há luar
MIA
16 Fevº 2011
é o mar
Hoje tenebroso
amanhã talvez sereno
mas sempre agitado
Pareço lua
à procura das estrelas
logo hoje que não há luar
MIA
16 Fevº 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Uma carta de amor
Carta de Amor
Passatempo Clube dos Poetas Vivos (para dia de S. Valentin 2011)
"Uma carta de amor que nunca lerás"
Meu amor,
maldito aquele dia de Verão, em que tive a notícia da tua morte.
De repente o Sol fez-se noite e o meu coração, de tão apertado que ficou, quase deixou de bater.
Desculpa só ter percebido nessa hora o quanto te amava e o tanto que a tua perda me faria sofrer ao longo de toda a minha vida.Ainda hoje e ao fim de tanto tempo, sinto que este amor só foi interrompido e talvez um dia, não sem bem onde, nos voltaremos a encontrar para retomar o que nos roubaram de viver.
Quantas vezes ao olhar-me no espelho, me sinto presa no teu abraço e imagino o teu rosto por trás do meu, sorrindo no horizonte do teu olhar. E é então aí, que percebo sempre que o único que não envelheceu foste tu. E tenho cada vez mais pena!
Recordo a nossa despedida no cais, em que a neblina descia do nosso olhar e tu, ternamente me soltaste os cabelos, para escondermos os beijos sôfregos que não queríamos que ninguém visse, porque os tempos eram outros e o pudor de mostrar o que sentíamos era muito. Como se alguém à nossa volta se importasse com isso, uma vez que a despedida para a guerra era de todos e não só de nós.
Abraçavam-te os teus pais, os teus irmãos e tu sem nunca me largares, ali bem junto ao teu peito ouvindo o soluçar do teu coração, que escondias no sorriso e na promessa de voltares, mesmo que não fosse inteiro. E é essa imagem que perdura nos meus olhos até hoje. A despedida que não queríamos que acontecesse.
Depois foram as cartas e os aerogramas onde jurávamos amor eterno, que a ti te davam força e a mim, me faziam crescer rápido por ser ainda tão nova.
Até que um dia a tragédia aconteceu e a notícia espalhou-se mais rápido que o vento. Ficaria para sempre o incumprimento da tua promessa de voltares ao meus braços. Voltaste sim meu amor, mas envolto numa bandeira sangrando de cor e onde o verde da esperança já tinha desaparecido.
Houve uma nova despedida e desta vez deixei partir contigo um pedaço de mim, que tornou o meu olhar mais triste.
Demorei tempo para me encontrar e já se gritava liberdade quando voltei de novo a amar, sem saber muito bem a quem amava. Acabava sempre por sentir que só interromperam o nosso amor e que poderia ser reatado no tempo em qualquer momento, mas a realidade era bem diferente.
Quis amar desenfreadamente e perdi amores, amaram-me perdidamente e perdidos ficaram, até que me encontrei quando os filhos que não tivemos cresceram e me fizeram mais estável.
Mas ainda hoje meu amor, quando penso em escrever uma carta de amor, é sempre para ti que escrevo, mesmo sabendo que jamais a lerás e não preciso prometer nada, porque o meu amor por ti será eterno.
MIA
9 Fevº 2011
Passatempo Clube dos Poetas Vivos (para dia de S. Valentin 2011)
"Uma carta de amor que nunca lerás"
Meu amor,
maldito aquele dia de Verão, em que tive a notícia da tua morte.
De repente o Sol fez-se noite e o meu coração, de tão apertado que ficou, quase deixou de bater.
Desculpa só ter percebido nessa hora o quanto te amava e o tanto que a tua perda me faria sofrer ao longo de toda a minha vida.Ainda hoje e ao fim de tanto tempo, sinto que este amor só foi interrompido e talvez um dia, não sem bem onde, nos voltaremos a encontrar para retomar o que nos roubaram de viver.
Quantas vezes ao olhar-me no espelho, me sinto presa no teu abraço e imagino o teu rosto por trás do meu, sorrindo no horizonte do teu olhar. E é então aí, que percebo sempre que o único que não envelheceu foste tu. E tenho cada vez mais pena!
Recordo a nossa despedida no cais, em que a neblina descia do nosso olhar e tu, ternamente me soltaste os cabelos, para escondermos os beijos sôfregos que não queríamos que ninguém visse, porque os tempos eram outros e o pudor de mostrar o que sentíamos era muito. Como se alguém à nossa volta se importasse com isso, uma vez que a despedida para a guerra era de todos e não só de nós.
Abraçavam-te os teus pais, os teus irmãos e tu sem nunca me largares, ali bem junto ao teu peito ouvindo o soluçar do teu coração, que escondias no sorriso e na promessa de voltares, mesmo que não fosse inteiro. E é essa imagem que perdura nos meus olhos até hoje. A despedida que não queríamos que acontecesse.
Depois foram as cartas e os aerogramas onde jurávamos amor eterno, que a ti te davam força e a mim, me faziam crescer rápido por ser ainda tão nova.
Até que um dia a tragédia aconteceu e a notícia espalhou-se mais rápido que o vento. Ficaria para sempre o incumprimento da tua promessa de voltares ao meus braços. Voltaste sim meu amor, mas envolto numa bandeira sangrando de cor e onde o verde da esperança já tinha desaparecido.
Houve uma nova despedida e desta vez deixei partir contigo um pedaço de mim, que tornou o meu olhar mais triste.
Demorei tempo para me encontrar e já se gritava liberdade quando voltei de novo a amar, sem saber muito bem a quem amava. Acabava sempre por sentir que só interromperam o nosso amor e que poderia ser reatado no tempo em qualquer momento, mas a realidade era bem diferente.
Quis amar desenfreadamente e perdi amores, amaram-me perdidamente e perdidos ficaram, até que me encontrei quando os filhos que não tivemos cresceram e me fizeram mais estável.
Mas ainda hoje meu amor, quando penso em escrever uma carta de amor, é sempre para ti que escrevo, mesmo sabendo que jamais a lerás e não preciso prometer nada, porque o meu amor por ti será eterno.
MIA
9 Fevº 2011
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