Hoje perguntei por Isabel.
Morreu no dia seguinte por volta do Sol pôr...
Descansa em paz.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
ISABEL
Ontem vi Isabel...
Metade dela, tentando andar amparada entre duas mulheres, a caminho do mesmo cabeleireiro que eu.
Conhecia-a circunstancialmente por frequentar o mesmo salão. Sempre muito reservada, falava só com a pessoa que lhe tratava do cabelo e tinha reparado sempre nela, porque apesar dos seus quarenta e poucos anos, tinha uma cabeleira linda, onde as brancas já se vislumbravam, mas longa e sempre bem tratada.
Não mostrava grande simpatia, mas sempre me parecera saudável. Tinha-a visto pela última vez há pouco mais de dois meses e sempre no mesmo local, o salão que ambas costumavamos frequentar...nessa altura nem sequer sabia o seu nome.
Mas ontem não, ontem a atenção que o seu cabelo me costumava despertar, deu lugar a um misto de sentimentos por alguém quase desconhecido, para dar lugar a um sentimento de impotência perante alguém que em tão pouco tempo tinha sofrido uma transformação física enorme e isto porque estava minada por uma doença que lhe tinha alterado por completo o seu retrato físico.
À medida que a profissional lhe tratava daquela cabeleira que sempre me tinha fascinado, eu ia folheando uma revista e sempre tentando que ela não reparasse na minha curiosidade, ia olhando
de soslaio, tentando adivinhar o que teria acontecido em tão pouco tempo àquela mulher que nunca me tinha despertado a atenção, a não ser sempre pela sua reserva e o seu cabelo longo e bonito.
Até que quando pelo espelho vi a dificuldade da cabeleireira em mudá-la de cadeira, não resisti em ajudar. Peguei naquele ser tão fragilizado ao colo e levei-a para o sofá, tentando em conjunto proporcionar-lhe alguma comodidade até que a viessem buscar.
Então aí, pude pela primeira vez falar com Isabel, saber o seu nome e ouvir dela mesmo o que estava a acontecer....Dizia-me ela, que tinha começado a fazer hemodialise e que isso a tinha tranformado "naquilo"...
Ouvia-a atentamente e pensava como nos podemos enganar tanto, quando sentimos o fim tão próximo...Isabel sim, fazia hemodialise porque a doença fatal que tinha atacado os seus rins já ia de tal forma avançada, que era uma das formas de sobrevivência.
Mas não sabia que Isabel, no meio deste sofrimento todo, estava completamente só...compreendi depois dela sair, o porquê dela querer continuar no salão e não querer que chamassem pela ajuda de quem a trouxe. Isabel não queria ficar só, incapaz, sem ser sequer capaz de ser autonoma...
Até que chegaram para levar Isabel, mas vendo que ela estava cada vez pior e a precisar urgentemente de cuidados médicos, chamaram o INEM e em pouco tempo foi levada para o Hospital.
Despedi-me de Isabel desejando melhoras e nas suas costas uma lágrima caíu-me, pela certeza
de que esta seria a última vez que a veria...
Relativizei tudo, revi o meu filme ao contrário e vi como era afortunada por ter saúde.
E fiquei triste...Isabel...uma mulher como eu.
MIA
25 Agosto 2009
Metade dela, tentando andar amparada entre duas mulheres, a caminho do mesmo cabeleireiro que eu.
Conhecia-a circunstancialmente por frequentar o mesmo salão. Sempre muito reservada, falava só com a pessoa que lhe tratava do cabelo e tinha reparado sempre nela, porque apesar dos seus quarenta e poucos anos, tinha uma cabeleira linda, onde as brancas já se vislumbravam, mas longa e sempre bem tratada.
Não mostrava grande simpatia, mas sempre me parecera saudável. Tinha-a visto pela última vez há pouco mais de dois meses e sempre no mesmo local, o salão que ambas costumavamos frequentar...nessa altura nem sequer sabia o seu nome.
Mas ontem não, ontem a atenção que o seu cabelo me costumava despertar, deu lugar a um misto de sentimentos por alguém quase desconhecido, para dar lugar a um sentimento de impotência perante alguém que em tão pouco tempo tinha sofrido uma transformação física enorme e isto porque estava minada por uma doença que lhe tinha alterado por completo o seu retrato físico.
À medida que a profissional lhe tratava daquela cabeleira que sempre me tinha fascinado, eu ia folheando uma revista e sempre tentando que ela não reparasse na minha curiosidade, ia olhando
de soslaio, tentando adivinhar o que teria acontecido em tão pouco tempo àquela mulher que nunca me tinha despertado a atenção, a não ser sempre pela sua reserva e o seu cabelo longo e bonito.
Até que quando pelo espelho vi a dificuldade da cabeleireira em mudá-la de cadeira, não resisti em ajudar. Peguei naquele ser tão fragilizado ao colo e levei-a para o sofá, tentando em conjunto proporcionar-lhe alguma comodidade até que a viessem buscar.
Então aí, pude pela primeira vez falar com Isabel, saber o seu nome e ouvir dela mesmo o que estava a acontecer....Dizia-me ela, que tinha começado a fazer hemodialise e que isso a tinha tranformado "naquilo"...
Ouvia-a atentamente e pensava como nos podemos enganar tanto, quando sentimos o fim tão próximo...Isabel sim, fazia hemodialise porque a doença fatal que tinha atacado os seus rins já ia de tal forma avançada, que era uma das formas de sobrevivência.
Mas não sabia que Isabel, no meio deste sofrimento todo, estava completamente só...compreendi depois dela sair, o porquê dela querer continuar no salão e não querer que chamassem pela ajuda de quem a trouxe. Isabel não queria ficar só, incapaz, sem ser sequer capaz de ser autonoma...
Até que chegaram para levar Isabel, mas vendo que ela estava cada vez pior e a precisar urgentemente de cuidados médicos, chamaram o INEM e em pouco tempo foi levada para o Hospital.
Despedi-me de Isabel desejando melhoras e nas suas costas uma lágrima caíu-me, pela certeza
de que esta seria a última vez que a veria...
Relativizei tudo, revi o meu filme ao contrário e vi como era afortunada por ter saúde.
E fiquei triste...Isabel...uma mulher como eu.
MIA
25 Agosto 2009
domingo, 23 de agosto de 2009
Parar é morrer
Não sei parar
nem para olhar para trás...
E mesmo sabendo
que muitas vezes
a meio do caminho
não sei que dizer,
nunca paro...
Vou
cada vez mais depressa
querendo até voar...
Não sei parar,
não quero parar
e tudo
porque não quero partir!
MIA
23 Agosto 2009
nem para olhar para trás...
E mesmo sabendo
que muitas vezes
a meio do caminho
não sei que dizer,
nunca paro...
Vou
cada vez mais depressa
querendo até voar...
Não sei parar,
não quero parar
e tudo
porque não quero partir!
MIA
23 Agosto 2009
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Estão sempre no meu coração
Ontem
olhei o céu e senti duas estrelas
que brilhavam intensamente
para mim...
Parei
e mais uma vez
senti o estender das suas mãos...
Estão sempre lá,
não à minha espera
mas para me proteger e guiar...
E aquelas estrelas
parecendo minúsculas
de tão grandes que são
enchem-me o coração
de Saudade...
MIA
21 Agosto 2009
olhei o céu e senti duas estrelas
que brilhavam intensamente
para mim...
Parei
e mais uma vez
senti o estender das suas mãos...
Estão sempre lá,
não à minha espera
mas para me proteger e guiar...
E aquelas estrelas
parecendo minúsculas
de tão grandes que são
enchem-me o coração
de Saudade...
MIA
21 Agosto 2009
They´re allways there
Yesterday
I saw the sky and suddenlly
I felt two bright stars
looking at me...
I stopped staring them
and once more
I saw them reaching me out.
They're allways there
not waiting for me
but helping and protecting me...
Those stars
looking so small in the sky
were so great
that they filled
my heart of sorrow...
MIA
21 August 2009
I saw the sky and suddenlly
I felt two bright stars
looking at me...
I stopped staring them
and once more
I saw them reaching me out.
They're allways there
not waiting for me
but helping and protecting me...
Those stars
looking so small in the sky
were so great
that they filled
my heart of sorrow...
MIA
21 August 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Também...
Já tive fome...
mesmo daquela
de querer comer e não ter,
de querer andar e não ir...
Daquela,
mesmo daquela que faz doer.
Sempre que acontecia
cobria-me de mantas,
apagava a luz
e deixava-me dormir
para não sentir...
Acordava com raiva
e esbracejava
para não naufragar
mas continuava com fome...
De não ter luz e querer ver
de nem o sol me aquecer
de ter dor no peito
e querer morrer...
No meio do turbilhão ri,
ri de loucura
e de tanto rir
ficaram marcas no rosto...
Se senti foi sem sentimento
e se doeu
não quis saber mais o porquê.
Sim, já tive fome
de comer,
de mim
do que fui
e não sou mais...
Não sei
se saí mais forte (?)
se possível
ainda mais doce (?)...
Mas não sei
se saí de mim para voltar.
MIA
19 Agosto 2009
mesmo daquela
de querer comer e não ter,
de querer andar e não ir...
Daquela,
mesmo daquela que faz doer.
Sempre que acontecia
cobria-me de mantas,
apagava a luz
e deixava-me dormir
para não sentir...
Acordava com raiva
e esbracejava
para não naufragar
mas continuava com fome...
De não ter luz e querer ver
de nem o sol me aquecer
de ter dor no peito
e querer morrer...
No meio do turbilhão ri,
ri de loucura
e de tanto rir
ficaram marcas no rosto...
Se senti foi sem sentimento
e se doeu
não quis saber mais o porquê.
Sim, já tive fome
de comer,
de mim
do que fui
e não sou mais...
Não sei
se saí mais forte (?)
se possível
ainda mais doce (?)...
Mas não sei
se saí de mim para voltar.
MIA
19 Agosto 2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
S.Miguel - Lua cheia de Agosto
Aqui,
onde o Mar
é mais azul
mais belo
mais salgado,
é onde a bruma
me esconde,
é onde a mesma Lua
nos abraça...
MIA
11 Agosto 2009
S. Miguel
onde o Mar
é mais azul
mais belo
mais salgado,
é onde a bruma
me esconde,
é onde a mesma Lua
nos abraça...
MIA
11 Agosto 2009
S. Miguel
Na Ilha em Agosto
Esta humidade terrível
que me abraça o corpo...
Tanto pode ser da Ilha
como da saudade...
MIA
15 Agosto 2009
S. Miguel
que me abraça o corpo...
Tanto pode ser da Ilha
como da saudade...
MIA
15 Agosto 2009
S. Miguel
Aguarela
Se fosse pintor,
faria dos meus quadros poesia...
Seriam aguarelas
para não se apagarem os momentos.
As cores,
os mais lindos versos
e
o deslizar do pincel,
o desnudar de mim mesma...
MIA
12 Agosto 2009
S. Miguel
faria dos meus quadros poesia...
Seriam aguarelas
para não se apagarem os momentos.
As cores,
os mais lindos versos
e
o deslizar do pincel,
o desnudar de mim mesma...
MIA
12 Agosto 2009
S. Miguel
terça-feira, 4 de agosto de 2009
La mer...
La mer, toujours la mer
Prés de la mer je cherche la paix
mais je n'ai que du vent du Nord
qui agite mon âme...
Prés de la mer je cherche la lumiére
pour rencontrer mon chemin
mais je ne trouve que de la solitude
et en regardant l'horizont
je ne vois que toi...
En tous les voix qui m'entourent
je n´écoute que la tienne et
en tous les pas que j'imagine
je ne vois que les tiens
qui m'emmeneront au bonheur...
Même dans mes rêves
quand je te recherche
pour te toucher ou baiser
je ne vois q'un brouillard
où je peux te toucher
mais d'où tu disparais rapidement
pour que je ne puisses rester avec toi...
Auprés où distant de la mer
c'est toujours la tristesse
parce que tu n'es pas la...
Je t'aime
MIA
Prés de la mer je cherche la paix
mais je n'ai que du vent du Nord
qui agite mon âme...
Prés de la mer je cherche la lumiére
pour rencontrer mon chemin
mais je ne trouve que de la solitude
et en regardant l'horizont
je ne vois que toi...
En tous les voix qui m'entourent
je n´écoute que la tienne et
en tous les pas que j'imagine
je ne vois que les tiens
qui m'emmeneront au bonheur...
Même dans mes rêves
quand je te recherche
pour te toucher ou baiser
je ne vois q'un brouillard
où je peux te toucher
mais d'où tu disparais rapidement
pour que je ne puisses rester avec toi...
Auprés où distant de la mer
c'est toujours la tristesse
parce que tu n'es pas la...
Je t'aime
MIA
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