sexta-feira, 19 de março de 2010

PAI...
Falar-te hoje porque é o teu dia?
E nos outros dias, em que a saudade aperta e te quero dizer que continuo a sentir a tua falta e que não me devias ter deixado, sem antes me dares pelo menos um beijo de despedida?
Terei de continuar a sentir que houve qualquer coisa que não se completou?
Eu sei que não foste tu que escolheste o momento da partida e que ainda esperaste algumas horas para que eu chegasse a tempo de me veres pela última vez. Sei do teu olhar fixo na porta à espera da menina dos teus olhos (como costumavas dizer e isto de ser filha única, às vezes é terrível). Sei que fiz parte também dos teus últimos pensamentos e tenho pena de não ter estado lá, mas que fazer quando a distância é grande e se tem de percorrer?
Já passou algum tempo e o manto negro do meu luto já se foi, mas hoje não posso deixar de te contar uma coisa que aconteceu e já nem sei se foi coincidência.
Certamente que te lembras de como eu gostava de escrevinhar textos e textos, que tu orgulhosamente lias e até dizias que eu deveria continuar sempre a escrever?
Pois não é que eu retomei a escrita e participei num desafio e foi-me atribuída uma menção honrosa? E não é que esse prémio me foi dado a conhecer hoje mesmo? Não achas uma coincidência pelo dia?
Mais uma vez irias ter orgulho em mim e isso deixa-me contente por ti.
O meu melhor prémio, seria poderes continuar a ler o que escrevo, mas não sendo assim, fico à espera que aquela estrela lá no firmamento que sempre me acompanha, hoje brilhe mais alto para mostrar como estás vivo em mim.
Um beijo grande e uma saudade enorme.
Da tua MIA

1 comentário:

Virgínia do Carmo disse...

Bonita e terna invocação...

Grata pela visita!

Abraço