O mar, sempre o mar
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
24 Dezembro
Hoje
lavei-me de lágrimas
penteei-me de cinza
vesti a fantasia
e fui por aí.
Embrenhei-me
na multidão
e quis sentir o momento
Nos rostos fechados
não vi alegria...
os olhares eram cansaço
e os presentes
fardos de obrigação
e até nas crianças
li a angústia
do presente certo.
Tanta gente e ninguém!
Dei voltas e mais voltas
e não vi o sentimento...
Separei emoções
desci de mim
e só por ti
quis que fosse Natal.
MIA
24Dezº2008
lavei-me de lágrimas
penteei-me de cinza
vesti a fantasia
e fui por aí.
Embrenhei-me
na multidão
e quis sentir o momento
Nos rostos fechados
não vi alegria...
os olhares eram cansaço
e os presentes
fardos de obrigação
e até nas crianças
li a angústia
do presente certo.
Tanta gente e ninguém!
Dei voltas e mais voltas
e não vi o sentimento...
Separei emoções
desci de mim
e só por ti
quis que fosse Natal.
MIA
24Dezº2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
para o meu filho
Vieste nas asas do vento
ao meu encontro
e nos teus olhos
vi a lágrima do medo.
Estendi-te os braços
com ternura
e no teu sorriso
vi a esperança da vida.
Nas tuas dores
dei-te um arco-íris risonho
e sempre que o sol se pôs
a minha luz foi companhia.
No teu carinho
tive a doçura dos momentos
e no gargalhar de menino
o som da cascata cristalina...
Quis dar-te o Mundo
mas só consegui o amor
e esqueci que cresceste.
Tentei fechar portas e janelas
para não saires
mas só então percebi
que não eras meu
e que eras livre de voar.
Que o teu voo vá além do éter
e que mesmo no desencontro
o nosso amor seja ainda maior.
Mummy
22Dezº2008
ao meu encontro
e nos teus olhos
vi a lágrima do medo.
Estendi-te os braços
com ternura
e no teu sorriso
vi a esperança da vida.
Nas tuas dores
dei-te um arco-íris risonho
e sempre que o sol se pôs
a minha luz foi companhia.
No teu carinho
tive a doçura dos momentos
e no gargalhar de menino
o som da cascata cristalina...
Quis dar-te o Mundo
mas só consegui o amor
e esqueci que cresceste.
Tentei fechar portas e janelas
para não saires
mas só então percebi
que não eras meu
e que eras livre de voar.
Que o teu voo vá além do éter
e que mesmo no desencontro
o nosso amor seja ainda maior.
Mummy
22Dezº2008
domingo, 21 de dezembro de 2008
Momentos
Perguntei ao horizonte por ti,
mas da espuma branca
respondeu o silêncio.
Depois perguntei ao vento
onde te podia encontrar
e na resposta,
a brisa sem pudor
penetrou-me
como se fosses tu.
Pedi ajuda ao sol
e ele sorrindo,
beijou-me os cabelos de seda
e apontou-me lá longe
onde o mar é mais fundo...
Como por magia
emergiste das águas
e ele,
que lentamente se punha,
levou-me no colo
e fundiu-nos num abraço.
MIA
21 Dezº2008
mas da espuma branca
respondeu o silêncio.
Depois perguntei ao vento
onde te podia encontrar
e na resposta,
a brisa sem pudor
penetrou-me
como se fosses tu.
Pedi ajuda ao sol
e ele sorrindo,
beijou-me os cabelos de seda
e apontou-me lá longe
onde o mar é mais fundo...
Como por magia
emergiste das águas
e ele,
que lentamente se punha,
levou-me no colo
e fundiu-nos num abraço.
MIA
21 Dezº2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Momentos
Momentos
Despi-me de mim e parti para onde a vida não dói.
Pedi luz às estrelas e na boleia dum cometa viajei até onde o Sol é mais quente e o Luar mais brilhante. Quis ver o Mundo de cima e o que ele contém, mas a escuridão não deixou e tive de arrastar nuvens negras e arco-íris passageiros para enxergar melhor.
Sempre que olhei para baixo e procurei, só encontrei a vertigem e a pouca vontade de mudança.
Tudo continuava cinzento e nem o meu brilho iluminou a miséria, o meu amor fez com que amassem melhor ou o meu carinho afagou quem não tinha afectos......
A palavra que levei não se ouviu e não me bastou a vontade para ajudar a mudança.
Não me restou se não regressar e continuar a colorir o que não tem cor, a remediar o que já não tem remédio e a viver esta realidade que faz doer.
Sem sonho a vida não tem sentido, mas acordar do sonho e continuar na escuridão, torna tudo bem pior.
MIA
18 Dezº2008
Despi-me de mim e parti para onde a vida não dói.
Pedi luz às estrelas e na boleia dum cometa viajei até onde o Sol é mais quente e o Luar mais brilhante. Quis ver o Mundo de cima e o que ele contém, mas a escuridão não deixou e tive de arrastar nuvens negras e arco-íris passageiros para enxergar melhor.
Sempre que olhei para baixo e procurei, só encontrei a vertigem e a pouca vontade de mudança.
Tudo continuava cinzento e nem o meu brilho iluminou a miséria, o meu amor fez com que amassem melhor ou o meu carinho afagou quem não tinha afectos......
A palavra que levei não se ouviu e não me bastou a vontade para ajudar a mudança.
Não me restou se não regressar e continuar a colorir o que não tem cor, a remediar o que já não tem remédio e a viver esta realidade que faz doer.
Sem sonho a vida não tem sentido, mas acordar do sonho e continuar na escuridão, torna tudo bem pior.
MIA
18 Dezº2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Natal
Natal?
E o que é o Natal? tudo o que nos ensinaram que fosse com o nascimento de Jesus e por associação a festa da família? ou tudo aquilo que querem que seja, quando insistentemente nos invadem com publicidade e eventos?
Desculpem, mas eu não gosto do Natal! É tão pouco em relação ao resto do ano...
Parece que é só nesta época que se lembram que Jesus existe, que há família, que há gente que não tem ninguém, que há fome, que há guerra...enfim um sem número de coisas.
Tirando a celebração religiosa, acho que nada mais haverá para festejar. Nem percebo porque é que hão-de ficar todos bonzinhos nesta época a abraçarem-se como se não houvesse passado, cumprimentando-se a desejarem boas-festas quando nos outros dias mal se olham, darem de comer uma ceia aos sem-abrigo quando nos outros dias a fome e o frio dói, a lembrarem as criancinhas e os velhinhos que não têm ninguém...
Mas, e os restantes dias? Por favor, não nos deixemos cair no lugar comum de que todos os dias
podem ser Natal, porque não é assim que funciona. É que no dia a seguir, já ninguém lembra de nada a não ser uma maldita dor de cabeça provocada pelo exagero da véspera.
E é bem pior para quem nunca tem nada, ter de habituar-se de novo a nada ter...
Não, desculpem-me, mas o Natal não pode ser isto. Não podemos ter família por um só dia no ano, não podemos dar de comer a quem tem fome uma vez no ano, não podemos lembrar das crianças e dos velhos um dia por ano. Não podemos parar a guerra por horas, quando a seguir morrerão muitos mais, não podemos continuar a distorcer a realidade e achar que cumprimos naquele dia e que fica tudo bem a seguir, não podemos deixar de ter memória...
Continuemos a celebrar o nascimento de Jesus com alegria, mas deixemos a hipocrisia de lado
e lutemos para que tudo possa ser diferente nos restantes dias do ano. Só assim terá sentido ele
ter nascido.
E que me perdoem os meus amigos e conhecidos quando eu não desejo bom Natal. É que eu
tenho memória...
Quando muito os meus desejos de um melhor Ano Novo, com trabalho, saúde e amor para dar.
Beijos
MIA
16 Dezº2008
E o que é o Natal? tudo o que nos ensinaram que fosse com o nascimento de Jesus e por associação a festa da família? ou tudo aquilo que querem que seja, quando insistentemente nos invadem com publicidade e eventos?
Desculpem, mas eu não gosto do Natal! É tão pouco em relação ao resto do ano...
Parece que é só nesta época que se lembram que Jesus existe, que há família, que há gente que não tem ninguém, que há fome, que há guerra...enfim um sem número de coisas.
Tirando a celebração religiosa, acho que nada mais haverá para festejar. Nem percebo porque é que hão-de ficar todos bonzinhos nesta época a abraçarem-se como se não houvesse passado, cumprimentando-se a desejarem boas-festas quando nos outros dias mal se olham, darem de comer uma ceia aos sem-abrigo quando nos outros dias a fome e o frio dói, a lembrarem as criancinhas e os velhinhos que não têm ninguém...
Mas, e os restantes dias? Por favor, não nos deixemos cair no lugar comum de que todos os dias
podem ser Natal, porque não é assim que funciona. É que no dia a seguir, já ninguém lembra de nada a não ser uma maldita dor de cabeça provocada pelo exagero da véspera.
E é bem pior para quem nunca tem nada, ter de habituar-se de novo a nada ter...
Não, desculpem-me, mas o Natal não pode ser isto. Não podemos ter família por um só dia no ano, não podemos dar de comer a quem tem fome uma vez no ano, não podemos lembrar das crianças e dos velhos um dia por ano. Não podemos parar a guerra por horas, quando a seguir morrerão muitos mais, não podemos continuar a distorcer a realidade e achar que cumprimos naquele dia e que fica tudo bem a seguir, não podemos deixar de ter memória...
Continuemos a celebrar o nascimento de Jesus com alegria, mas deixemos a hipocrisia de lado
e lutemos para que tudo possa ser diferente nos restantes dias do ano. Só assim terá sentido ele
ter nascido.
E que me perdoem os meus amigos e conhecidos quando eu não desejo bom Natal. É que eu
tenho memória...
Quando muito os meus desejos de um melhor Ano Novo, com trabalho, saúde e amor para dar.
Beijos
MIA
16 Dezº2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
Hoje vesti-te
de telas coloridas,
enfeitei-te
os cabelos de miosótis
e levei-te
a ver o mar.
Peguei-te
pela mão com ternura
e caminhando
pela areia molhada
salpicamo-nos
da pureza do sal.
Quis lavar-te
das mágoas,
das dores,
do sofrimento,
mas só ficamos
roxas de frio.
Protegi-te
com o meu manto
para não teres frio
e perante o teu
tremor
quis de novo
receber-te
no meu útero materno
para te proteger.
Enchemo-nos
de sons, cheiros
e de Amor por nós
e pela Vida.
Quisemos rir
de alegria
mas só
caíram lágrimas,
quisemos falar
e só se ouviu
o silêncio...
Depois veio o Sol
que nos deu calor
sacudimos
as areias da dor
e regressamos
mais leves a casa.
de telas coloridas,
enfeitei-te
os cabelos de miosótis
e levei-te
a ver o mar.
Peguei-te
pela mão com ternura
e caminhando
pela areia molhada
salpicamo-nos
da pureza do sal.
Quis lavar-te
das mágoas,
das dores,
do sofrimento,
mas só ficamos
roxas de frio.
Protegi-te
com o meu manto
para não teres frio
e perante o teu
tremor
quis de novo
receber-te
no meu útero materno
para te proteger.
Enchemo-nos
de sons, cheiros
e de Amor por nós
e pela Vida.
Quisemos rir
de alegria
mas só
caíram lágrimas,
quisemos falar
e só se ouviu
o silêncio...
Depois veio o Sol
que nos deu calor
sacudimos
as areias da dor
e regressamos
mais leves a casa.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Mummy
Mummy, faz hoje três anos que partiste e eu esqueci.
Desculpa, não foi porque já não faças parte de mim, mas tantas coisas estão a acontecer, que me esconderei por trás delas para me desculpar.
Tenho tantas saudades tuas...da tua voz, do teu cheiro, do teu calor quando me abraçavas e das tuas mãos nas minhas quando pacientemente me ouvias. E dos momentos em que riamos juntas mesmo das mais pequenas coisas. Até das tuas queixas de velhice eu tenho saudades...
Já tantas coisas aconteceram depois da tua partida e eu sem te poder contar...e o que ficou por dizer e que gostarias de ter ouvido e eu não tive tempo de fazer. Mas é sempre assim, há sempre algo que fica por dizer...
Obrigada pela tua inteireza, pela independencia que herdei de ti e me ajuda nas minhas decisões, pela doçura do teu olhar e que me continua a seguir onde que que eu vá, pelos valores que me transmitiste e pelo amor que deste e me ensinaste a dar.
Não sei se são os filhos que escolhem os pais ou se o contrário, mas obrigada pelo privilégio de ter sido tua filha e me teres acolhido toda a vida no teu útero materno. Tantas vezes já escrevi para ti e como gostaria de poder reler esses textos ao teu ouvido...infelizmente nem eu mesmo os posso ler porque os destruiram...mas na minha memória continuam a existir.
Continuarei a escrever as palavras que nunca te direi e que junto do teu corpo já inerte susurrei,
a amar-te da mesma forma de sempre mas com a enorme saudade de te não ver, a sentir-te por perto mesmo que estejas para além da Lua...
Que nas minhas lágrimas cristalinas encontres a luz no além...
Um beijo de saudades Mummy...
Da tua MIA
1 Dezº2008
Desculpa, não foi porque já não faças parte de mim, mas tantas coisas estão a acontecer, que me esconderei por trás delas para me desculpar.
Tenho tantas saudades tuas...da tua voz, do teu cheiro, do teu calor quando me abraçavas e das tuas mãos nas minhas quando pacientemente me ouvias. E dos momentos em que riamos juntas mesmo das mais pequenas coisas. Até das tuas queixas de velhice eu tenho saudades...
Já tantas coisas aconteceram depois da tua partida e eu sem te poder contar...e o que ficou por dizer e que gostarias de ter ouvido e eu não tive tempo de fazer. Mas é sempre assim, há sempre algo que fica por dizer...
Obrigada pela tua inteireza, pela independencia que herdei de ti e me ajuda nas minhas decisões, pela doçura do teu olhar e que me continua a seguir onde que que eu vá, pelos valores que me transmitiste e pelo amor que deste e me ensinaste a dar.
Não sei se são os filhos que escolhem os pais ou se o contrário, mas obrigada pelo privilégio de ter sido tua filha e me teres acolhido toda a vida no teu útero materno. Tantas vezes já escrevi para ti e como gostaria de poder reler esses textos ao teu ouvido...infelizmente nem eu mesmo os posso ler porque os destruiram...mas na minha memória continuam a existir.
Continuarei a escrever as palavras que nunca te direi e que junto do teu corpo já inerte susurrei,
a amar-te da mesma forma de sempre mas com a enorme saudade de te não ver, a sentir-te por perto mesmo que estejas para além da Lua...
Que nas minhas lágrimas cristalinas encontres a luz no além...
Um beijo de saudades Mummy...
Da tua MIA
1 Dezº2008
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