segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mummy

Mummy, faz hoje três anos que partiste e eu esqueci.
Desculpa, não foi porque já não faças parte de mim, mas tantas coisas estão a acontecer, que me esconderei por trás delas para me desculpar.
Tenho tantas saudades tuas...da tua voz, do teu cheiro, do teu calor quando me abraçavas e das tuas mãos nas minhas quando pacientemente me ouvias. E dos momentos em que riamos juntas mesmo das mais pequenas coisas. Até das tuas queixas de velhice eu tenho saudades...
Já tantas coisas aconteceram depois da tua partida e eu sem te poder contar...e o que ficou por dizer e que gostarias de ter ouvido e eu não tive tempo de fazer. Mas é sempre assim, há sempre algo que fica por dizer...
Obrigada pela tua inteireza, pela independencia que herdei de ti e me ajuda nas minhas decisões, pela doçura do teu olhar e que me continua a seguir onde que que eu vá, pelos valores que me transmitiste e pelo amor que deste e me ensinaste a dar.
Não sei se são os filhos que escolhem os pais ou se o contrário, mas obrigada pelo privilégio de ter sido tua filha e me teres acolhido toda a vida no teu útero materno. Tantas vezes já escrevi para ti e como gostaria de poder reler esses textos ao teu ouvido...infelizmente nem eu mesmo os posso ler porque os destruiram...mas na minha memória continuam a existir.
Continuarei a escrever as palavras que nunca te direi e que junto do teu corpo já inerte susurrei,
a amar-te da mesma forma de sempre mas com a enorme saudade de te não ver, a sentir-te por perto mesmo que estejas para além da Lua...
Que nas minhas lágrimas cristalinas encontres a luz no além...
Um beijo de saudades Mummy...

Da tua MIA
1 Dezº2008

2 comentários:

Fallen disse...

Tenho tantas saudades dela...

Siul Sadlac disse...

É minha amiga, depois que vão e a gente vai ficando para trás mas só, por vezes no meio duma multidão...é aí que dói e dói mesmo. Perder uma mãe, porque mãe há só uma, é duro...mas perder uma FILHA é a coisa mais terrível e triste que pode acontecer a um ser humano porque é a maneira que a Natureza tem de nos rasteirar pois inverte a razão de ser da própria Natureza...e, isso me aconteceu e está contribuindo para eu agilizar uma despedida silenciosa destas paragens que nada têm mais de encanto nem razão lógica continuar na senda e competindo...
Nada me assusta nem preocupa quanto ao que poderei do "outro lado" dado que a minha formação e participação duma certa filosofia pode me preparar para esse confronto no qual, o mais difícil é a prestação de contas de natureza cármica. Inté, minha amiga!