Hoje não quero
fazer um poema de amor
São quase sempre de dor
Hoje quero
sussurrar palavras soltas de pecado
às portas dum vale vibrante de sentidos
Hoje só quero amar
como se há muito te não visse...
MIA
22 Maio 2011
domingo, 22 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Para a minha amiga Beta
Dói-me, sempre que te dói
e são as tuas lágrimas
que me salgam a boca
quando rolam dos teus olhos
enevoados de passado
Tomara que as minhas asas
te levassem um abraço
rodeado de amizade
e o sorriso dum beijo
que tantas vezes é amargo
Mando-te um poema
um insignificante poema
que guardarás ou não.
Um beijo
MIA
21 Maio 2011
e são as tuas lágrimas
que me salgam a boca
quando rolam dos teus olhos
enevoados de passado
Tomara que as minhas asas
te levassem um abraço
rodeado de amizade
e o sorriso dum beijo
que tantas vezes é amargo
Mando-te um poema
um insignificante poema
que guardarás ou não.
Um beijo
MIA
21 Maio 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Dor
Daquele corpo
consumido por um vulcão
já nada restava
a não ser dois cristais
direccionados à porta
por onde entrava a luz
que lhe segurava a vida
À hora marcada
um regaço de malmequeres
irradiou pelo quarto
que pétala a pétala
ela desfolhou na sua boca
num gesto de bem querer
Deixou rolar uma lágrima
daqueles olhos nunca gastos de amor
tossiu de comoção
e num último esgar deixou-se partir
Ela deu-lhe a beber o último mel
no meio dum abraço
que um arrepio fez estremecer
e num derradeiro esforço
arrastando-se como se não tivesse pés
tocou a campainha pela última vez
e deixou que lho levassem
MIA
20 Maio 2011
consumido por um vulcão
já nada restava
a não ser dois cristais
direccionados à porta
por onde entrava a luz
que lhe segurava a vida
À hora marcada
um regaço de malmequeres
irradiou pelo quarto
que pétala a pétala
ela desfolhou na sua boca
num gesto de bem querer
Deixou rolar uma lágrima
daqueles olhos nunca gastos de amor
tossiu de comoção
e num último esgar deixou-se partir
Ela deu-lhe a beber o último mel
no meio dum abraço
que um arrepio fez estremecer
e num derradeiro esforço
arrastando-se como se não tivesse pés
tocou a campainha pela última vez
e deixou que lho levassem
MIA
20 Maio 2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Alma
Oh alma despudorada
desalmadamente despudorada
quando cantas as palavras
silenciadas para lá do tempo
Deixa-te embalar
pela ténue luz do sol pôr
e finge adormecer
entoando canções de aurora
mesmo que a cloaca do céu desabe em ti
MIA
19 Maio 2011
desalmadamente despudorada
quando cantas as palavras
silenciadas para lá do tempo
Deixa-te embalar
pela ténue luz do sol pôr
e finge adormecer
entoando canções de aurora
mesmo que a cloaca do céu desabe em ti
MIA
19 Maio 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Um poema só
Sentir-te no meu poema
quando as noites
partem de tão cedo
é como despir o sol
do meu corpo enregelado
e deixar-me morrer de frio
Sentir-te no meu poema
nada é mais que lembrar
que ainda não tinha esquecido
MIA
18 Maio 2011
quando as noites
partem de tão cedo
é como despir o sol
do meu corpo enregelado
e deixar-me morrer de frio
Sentir-te no meu poema
nada é mais que lembrar
que ainda não tinha esquecido
MIA
18 Maio 2011
Sem eco
Ululava palavras
que ninguém ouvia
e o eco espalhava-se
miseravelmente só
rodeado de hienas
pavoneando-se
num vale de vaidades
E de tanto gritar
tornou-se silêncio.
MIA
18 Maio 2011
que ninguém ouvia
e o eco espalhava-se
miseravelmente só
rodeado de hienas
pavoneando-se
num vale de vaidades
E de tanto gritar
tornou-se silêncio.
MIA
18 Maio 2011
Aquela Mulher
Arrastava os pés pelos dias
levada por uma torrente de lama
que a noite invariàvelmente trazia
No peito deslizavam icebergs
que o rosto escondia
atrás de nódoas coloridas
Já não passava, só ia,
até que um dia
a morte abraçou-a de ternura
e pela última vez
entregou-se nos seus braços
como há muito o não fazia
MIA
18 Maio 2011
levada por uma torrente de lama
que a noite invariàvelmente trazia
No peito deslizavam icebergs
que o rosto escondia
atrás de nódoas coloridas
Já não passava, só ia,
até que um dia
a morte abraçou-a de ternura
e pela última vez
entregou-se nos seus braços
como há muito o não fazia
MIA
18 Maio 2011
Carcaça
De membros arrancados
rebolava-se na dor
que há muito a amputara
Era só um corpo
sem face nem olhos
e de boca despovoada
onde cobras espreitavam
logo ao amanhecer
Restava-lhe
uma carcaça adormecida
onde jamais renasceriam flores
quando os pólens se cruzassem
nos ventos da Primavera
Há muito se deixara perder
no sono duma ausência
tão longa como a distância
MIA
18 Maio 2011
rebolava-se na dor
que há muito a amputara
Era só um corpo
sem face nem olhos
e de boca despovoada
onde cobras espreitavam
logo ao amanhecer
Restava-lhe
uma carcaça adormecida
onde jamais renasceriam flores
quando os pólens se cruzassem
nos ventos da Primavera
Há muito se deixara perder
no sono duma ausência
tão longa como a distância
MIA
18 Maio 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Disfarce
Naquele dia, saíu à rua
vestida da côr do amor
mas de tão apressada
esqueceu-se de mudar o olhar
que escondeu triste por trás dos óculos
Estava mais bonita
mas mesmo assim recuava nos abraços
No regresso à noitinha
correu para casa
deixando a côr pelo caminho
e como feto abortado de ilusão
deixou-se afogar em golfadas de tristeza.
MIA
10 Maio 2011
vestida da côr do amor
mas de tão apressada
esqueceu-se de mudar o olhar
que escondeu triste por trás dos óculos
Estava mais bonita
mas mesmo assim recuava nos abraços
No regresso à noitinha
correu para casa
deixando a côr pelo caminho
e como feto abortado de ilusão
deixou-se afogar em golfadas de tristeza.
MIA
10 Maio 2011
a morte dos sonhos
Morrem os sonhos
ensombrados de nuvens
quando nasce o dia
vestido de cinza
Escorrem de desânimo
por vidraças húmidas
silenciados de preces
há muito emudecidas
São a dor rastejando
sem vértebras
pisada por blocos de betão
quebrado como asas de cisne
MIA
9 Maio 2011
ensombrados de nuvens
quando nasce o dia
vestido de cinza
Escorrem de desânimo
por vidraças húmidas
silenciados de preces
há muito emudecidas
São a dor rastejando
sem vértebras
pisada por blocos de betão
quebrado como asas de cisne
MIA
9 Maio 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Vai e vem
Meu amor de Primavera
amassa-me o corpo
vazio das tuas mãos
enquanto bafejas palavras
duma saudade adormecida
Quando partires de novo
sentar-me-ei à tua espera
de manhã, à tarde, ou à noitinha
no meu jardim d'Inverno
onde as flores são o arco-íris
E não te percas
para que as pétalas não caiam
nem a cor se desvaneça de mim.
Beijo
MIA
6 Maio 2011
amassa-me o corpo
vazio das tuas mãos
enquanto bafejas palavras
duma saudade adormecida
Quando partires de novo
sentar-me-ei à tua espera
de manhã, à tarde, ou à noitinha
no meu jardim d'Inverno
onde as flores são o arco-íris
E não te percas
para que as pétalas não caiam
nem a cor se desvaneça de mim.
Beijo
MIA
6 Maio 2011
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Cansaço
Diáriamente me invento
para que a respiração
cadenciada do meu peito
atravesse a opacidade
de muralhas intransponíveis
construídas num vai e vem
de olhares perdidos de desassossego
São dias tão iguais
que de diferentes tem o macabro
de horas passadas em torres
de espanto e agonia
sacudidas por sinos de igreja
que lembram o esquecimento
de vidas há muito perdidas
E como as flores
abortadas na primavera
esvoaço por escuros caminhos
fechando os olhos adormecidos
dum cansaço feito noite
até me inventar num novo dia
MIA
5 Maio 2011
para que a respiração
cadenciada do meu peito
atravesse a opacidade
de muralhas intransponíveis
construídas num vai e vem
de olhares perdidos de desassossego
São dias tão iguais
que de diferentes tem o macabro
de horas passadas em torres
de espanto e agonia
sacudidas por sinos de igreja
que lembram o esquecimento
de vidas há muito perdidas
E como as flores
abortadas na primavera
esvoaço por escuros caminhos
fechando os olhos adormecidos
dum cansaço feito noite
até me inventar num novo dia
MIA
5 Maio 2011
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