Naquele quarto de pensão barata, amaram-se até não poder mais.
O suor saía-lhes dos corpos como se tivessem atravessado uma floresta tropical
De mãos trémulas entrelaçadas, sentiam o turpor que os percorria e deixaram que o silêncio fosse cúmplice. Sabiam que difícilmente haveria outro dia, outra tarde, outro momento.
Da boca entreaberta de cansaço, ele mordeu-lhe os lábios com raiva, lambeu-lhe o suor do corpo, abraçou-a como se fosse o Mundo, sorveu-lhe a última lágrima, levantou-se e sem olhar para trás, partiu.
Ela levantou-se a custo, enrolou-se no lençol manchado de pecado e através da cortina viu-o desaparecer na esquina.
Ficou a realidade, a dor, a incerteza de o voltar a ter.
Vestiu-se, passou de leve o baton, os dedos pelo cabelo solto, olhou de lado o espelho com marcas de humidade, saíu apressadamente e voltou para onde não queria.
MIA
8 Setº2008
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