quinta-feira, 30 de outubro de 2008

APPACDM - centro Dr.Leonardo Coimbra

Hoje, a convite duma professora, visitei a sala do sócio-educativo, (7 aos 19 anos), com deficientes profundos.
Além da deficiência mental, a física também.
Já criei defesas para não me chocar, mas nunca deixo de me sentir perturbada perante o quadro.
Dos cincos que estavam na sala, três deles tinham sido vítimas de abandono. Os outros dois, felizmente continuavam a ter rectaguarda e vínculo familiar.
Todos eles tinham uma coisa em comum, nascidos em famílias carenciadas, com problemas de álcool e drogas.
Na troca de impressões com a professora, tentei perceber o que se pode ensinar com míudos que nem sequer interagem. Para os que conseguem andar, quando estão agressivos, únicamente faze-los entender que teem algumas regras para o comportamento, os outros, tentar dar-lhes alguma qualidade de vida, é o possível. Mas sempre que se consegue algo de novo, nem que seja um brilho nos olhos, é uma vitória.
Horas sobre horas, dias sobre dias, anos até, onde os resultados são pouco acima do zero, que fazer? E depois dos 19 anos que é o limite para frequentarem o sócio-educativo? Aí passam para outra fase, mas de onde também não se podem esperar grandes resultados. Ficarão por lá enquanto viverem, uns internos na pousada, outros na família enquanto tiverem.
E quando se esgota a lotação dos lares? Que resposta dá o Governo para esta população? e a sociedade?
É terrível pensar que não há respostas para esta população. Os subsídios são parcos e se não fossem as associações que se vão formando, ainda seria pior.
Que país é este que não protege com dignidade as crianças, os idosos e os portadores de deficiência?
É tudo tão superficial...e os profissionais tão pouco reconhecidos...enfim...o Portugal que temos.

LM (Mia)
29 Outº 2008

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