Se te dissessem
meu amor
que ao passar
se encheriam de pranto
os rios onde me vejo
é porque nem todas as águas
correm para o mar
e as que me afogam
são as vagas que me vestem
Se te dissessem
meu amor
que a tristeza me veste
e o ruído onde habito
é a maior solidão
abririas vezes sem conta
os teus abraços
para me perguntar
porque ainda respiro AMOR
E se te dissessem
meu amor
que o sol muitas vezes
não passa na minha rua
sei que voarias pelo equador
em busca do raio mais quente
e da luz mais brilhante
ancorados num cristal
e me levarias de novo a ver o mar
MIA
31 Dezº. 2011
sábado, 31 de dezembro de 2011
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Quando já eras meu
Quando tu já eras meu
e eu ainda não sabia
que amar para além de tudo
era o que mais queria
arrastava os pés no teu caminho
mas não te via
ainda que o teu perfume
se cruzasse com o meu
pelas ruas onde o vento
soprava rajadas
dum amor há muito guardado
E quando o relógio parou
para que os sinos batessem
anunciando quem éramos
todas as horas começaram
a vestir-se de magia
e as borboletas voaram
como se a Primavera
tivesse de novo voltado
com as andorinhas
passeando de mãos dadas.
MIA
28 Dezº. 2011
e eu ainda não sabia
que amar para além de tudo
era o que mais queria
arrastava os pés no teu caminho
mas não te via
ainda que o teu perfume
se cruzasse com o meu
pelas ruas onde o vento
soprava rajadas
dum amor há muito guardado
E quando o relógio parou
para que os sinos batessem
anunciando quem éramos
todas as horas começaram
a vestir-se de magia
e as borboletas voaram
como se a Primavera
tivesse de novo voltado
com as andorinhas
passeando de mãos dadas.
MIA
28 Dezº. 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
E isto é Natal?
Hoje, 26 de Dezembro
continuam os duendes
os latões e os dejectos
e os barracões sem tecto
a encontrar-se no caminho
dos sem paços nem castelos
Só o Sol os aquece
e quando acaba o dia
abrem-se as noites mais frias
sem portas nem janelas
nem cortinas tingidas de lama
esvoaçando de ventania
São os dias perdidos
de Natal deserto
onde os encontros se fazem
de ruas sem palmeiras
e cartões espalhados
de oásis à espera de nada.
MIA
26 Dezº. 2011
continuam os duendes
os latões e os dejectos
e os barracões sem tecto
a encontrar-se no caminho
dos sem paços nem castelos
Só o Sol os aquece
e quando acaba o dia
abrem-se as noites mais frias
sem portas nem janelas
nem cortinas tingidas de lama
esvoaçando de ventania
São os dias perdidos
de Natal deserto
onde os encontros se fazem
de ruas sem palmeiras
e cartões espalhados
de oásis à espera de nada.
MIA
26 Dezº. 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
Azul celeste
Quando a luz se apaga
acende-se o fogo
que queima o destino
embrulhado de cetim
Ficam as cinzas
manchadas de pecado
que uma corrente de ar
levará para lá da janela
aberta de imaginação
tornando as noites frias
em dias quentes de Verão
O amanhecer
vestir-se-á de azul celeste
MIA
17 Dezº. 2011
acende-se o fogo
que queima o destino
embrulhado de cetim
Ficam as cinzas
manchadas de pecado
que uma corrente de ar
levará para lá da janela
aberta de imaginação
tornando as noites frias
em dias quentes de Verão
O amanhecer
vestir-se-á de azul celeste
MIA
17 Dezº. 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
E se assim fosse, haveria sempre Natal
Meu amor, se soubesse
que o meu mundo ia acabar
dáva-te o sol e o luar
e os campos de trigo
que estão por semear
Dos sorrisos sem esmalte
cresceriam papoilas
e por trás das pestanas
abrir-se-iam janelas
por onde as andorinhas
pudessem entrar
Seriam cravos ou rosas
flores de todas as cores
a crescer no arco íris
onde o preto nunca se vê.
MIA
14 Dezº. 2011
que o meu mundo ia acabar
dáva-te o sol e o luar
e os campos de trigo
que estão por semear
Dos sorrisos sem esmalte
cresceriam papoilas
e por trás das pestanas
abrir-se-iam janelas
por onde as andorinhas
pudessem entrar
Seriam cravos ou rosas
flores de todas as cores
a crescer no arco íris
onde o preto nunca se vê.
MIA
14 Dezº. 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Horas mortas nas cores do arco-íris
Todas as horas mortas
são minhas
quando a tua ausência
bate para lá da porta
Já nada me dói
a não ser o teu amor
que me queima o corpo
muito antes do sol nascer
e os teus dedos gelados
acordam o meu peito
como se não houvesse amanhã
Não sei se vestirei
as cores do arco-íris
mas quando a noite chegar
voltarei a morrer nos teus abraços
e tu, no amor que me sufoca.
MIA
9 Dezº.2011
são minhas
quando a tua ausência
bate para lá da porta
Já nada me dói
a não ser o teu amor
que me queima o corpo
muito antes do sol nascer
e os teus dedos gelados
acordam o meu peito
como se não houvesse amanhã
Não sei se vestirei
as cores do arco-íris
mas quando a noite chegar
voltarei a morrer nos teus abraços
e tu, no amor que me sufoca.
MIA
9 Dezº.2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Campos de silêncio e morte
Visitei campos de morte
onde só as flores suspiram
ao cair por terra
parecendo desgosto
São campos de silêncio
trémulos de luz e saudade
dum amor inacabado
de sonhos para nunca mais
E ao lado da foto
da criança que não foi
ouvi o choro duma Mãe
de olhos vestidos de negro.
MIA
23 Novº. 2011
onde só as flores suspiram
ao cair por terra
parecendo desgosto
São campos de silêncio
trémulos de luz e saudade
dum amor inacabado
de sonhos para nunca mais
E ao lado da foto
da criança que não foi
ouvi o choro duma Mãe
de olhos vestidos de negro.
MIA
23 Novº. 2011
Para lá do arco-íris
Lê-me os silêncios
na transparência dum olhar ausente
de quem ama o longe
e se perde de desejo por um amor
que de tão perto
sufoca a aragem dos dias frios de Outono
Lava-me das gotas de chuva
que o meu corpo encharca de temporais
quando a alma de despe e transparece
da cor púrpura da paixão
com sabor a rosas e chocolate quente
desfeito nas noites de Inverno
Lê-me
e leva-me para lá do arco-íris
enquanto o Sol fica à espreita
MIS
23 Novº.2011
na transparência dum olhar ausente
de quem ama o longe
e se perde de desejo por um amor
que de tão perto
sufoca a aragem dos dias frios de Outono
Lava-me das gotas de chuva
que o meu corpo encharca de temporais
quando a alma de despe e transparece
da cor púrpura da paixão
com sabor a rosas e chocolate quente
desfeito nas noites de Inverno
Lê-me
e leva-me para lá do arco-íris
enquanto o Sol fica à espreita
MIS
23 Novº.2011
Porquê, a lágrima?
Porquê a lágrima
perdida na noite sem alvorada
desfeita no teu peito luzente
dum amor mais belo
que me há-de guardar
para lá da morte nunca esperada?
Porquê a lágrima
enrolada de mar e sal
do soluçar contido no silêncio
quebrado de ais e sucos
nos abraços da dor
que sempre paira no amor?
Porquê a lágrima?
Será... já... de saudade?
MIA
23 Novº. 2011
perdida na noite sem alvorada
desfeita no teu peito luzente
dum amor mais belo
que me há-de guardar
para lá da morte nunca esperada?
Porquê a lágrima
enrolada de mar e sal
do soluçar contido no silêncio
quebrado de ais e sucos
nos abraços da dor
que sempre paira no amor?
Porquê a lágrima?
Será... já... de saudade?
MIA
23 Novº. 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
nascerão sempre flores
Leva-me
nas asas dum poema
cheio de lágrimas
e claves de sol
onde dançarão as cinzas
no abraço dos fantasmas
Poderei sempre voltar
no coração de quem me ama
ainda que o pó se arraste
nos caminhos da saudade
À beira do precipício
nascerão sempre flores
MIA
22 Nov. 2011
nas asas dum poema
cheio de lágrimas
e claves de sol
onde dançarão as cinzas
no abraço dos fantasmas
Poderei sempre voltar
no coração de quem me ama
ainda que o pó se arraste
nos caminhos da saudade
À beira do precipício
nascerão sempre flores
MIA
22 Nov. 2011
nada haveria sem TI
Nada
poderias ser TU
Nem rios
nem mares
nem continentes
nem asas voando
TU
simplesmente TU
em mim
como se nada mais houvesse
para além de TI
MIA
22 Novº 2011
poderias ser TU
Nem rios
nem mares
nem continentes
nem asas voando
TU
simplesmente TU
em mim
como se nada mais houvesse
para além de TI
MIA
22 Novº 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Chaminés de Ponta Delgada
Em silêncio
como sentinela vigilante
em campos de guerra
levantam-se por entre nuvens
e ficam especadas
com os olhos fora das órbitas
espreitando
como se o perigo viesse do mar
São assim
as chaminés de Ponta Delgada
vistas da "minha" janela
quando levanta a neblina
nos dias em que o sol
só nasce à tardinha
MIA
3 Novº 2011
como sentinela vigilante
em campos de guerra
levantam-se por entre nuvens
e ficam especadas
com os olhos fora das órbitas
espreitando
como se o perigo viesse do mar
São assim
as chaminés de Ponta Delgada
vistas da "minha" janela
quando levanta a neblina
nos dias em que o sol
só nasce à tardinha
MIA
3 Novº 2011
Não quero falar de futuro
Meu amor
porque vieste hoje
falar de futuro
se eu só queria ouvir
o silêncio das horas mortas?
A manhã nasceu
alagada de lágrimas
e chorou
chorou tanto
que os olhos se afogaram
onde há muito
os pés tinham naufragado
Logo hoje
quiseste falar de amor
quando eu só queria
o silêncio dos tristes
no derradeiro soluço do sol
MIA
3 Novº.2011
porque vieste hoje
falar de futuro
se eu só queria ouvir
o silêncio das horas mortas?
A manhã nasceu
alagada de lágrimas
e chorou
chorou tanto
que os olhos se afogaram
onde há muito
os pés tinham naufragado
Logo hoje
quiseste falar de amor
quando eu só queria
o silêncio dos tristes
no derradeiro soluço do sol
MIA
3 Novº.2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
os teus olhos negros
Hoje, vi os teus olhos
onde há tanto tempo me não via
Cada vez estão mais negros
e já não são o meu espelho
O brilho, era do sol
e por trás deles
a tristeza da minha ausência
E tive pena...
MIA
28 Outº 2011
onde há tanto tempo me não via
Cada vez estão mais negros
e já não são o meu espelho
O brilho, era do sol
e por trás deles
a tristeza da minha ausência
E tive pena...
MIA
28 Outº 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
O amor, é já ali
Oh alma enjeitada de abraços
para quem te guardas?
Sai de ti
e enche-te da ternura
que te faz falta
O amor, é já ali
na esquina dum desejo
na procura dum beijo
num suave amanhecer
ou na noite feita esperança
MIA
27 Outº 2011
para quem te guardas?
Sai de ti
e enche-te da ternura
que te faz falta
O amor, é já ali
na esquina dum desejo
na procura dum beijo
num suave amanhecer
ou na noite feita esperança
MIA
27 Outº 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Saudade
Olho
bem no fundo dos meus olhos
e ainda te vejo passar
pisando todos os cristais
que não partiram de saudade
E beijo-te
e dou-te as mãos
e enrolo-te o cabelo
como fios tecidos de amanhecer
E quando fecho os olhos
sempre te (a)guardo
MIA
26 Outº 2011
bem no fundo dos meus olhos
e ainda te vejo passar
pisando todos os cristais
que não partiram de saudade
E beijo-te
e dou-te as mãos
e enrolo-te o cabelo
como fios tecidos de amanhecer
E quando fecho os olhos
sempre te (a)guardo
MIA
26 Outº 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Como se não houvesse amanhã
Já não importa
se passas
se gritas ou calas
Hoje
é só mais um dia
do resto da tua vida
por viver
Eu
continuo a passar
vivendo
como se não houvesse amanhã
MIA
24 Outº 2011
se passas
se gritas ou calas
Hoje
é só mais um dia
do resto da tua vida
por viver
Eu
continuo a passar
vivendo
como se não houvesse amanhã
MIA
24 Outº 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Porque ainda escrevo
Porque escrevo, hoje?
Para não esquecer que existo
depois dos dias de silêncio
que a morte do sol trouxe
Para lembrar que respiro
e ainda quero acreditar
que esperar é um caminho
Para dançar com as palavras
que trauteio ao som da chuva
no meio da tempestade
Escrevo, hoje
porque quero lembrar
que ainda não tinha esquecido
MIA
24 Outº 2011
Para não esquecer que existo
depois dos dias de silêncio
que a morte do sol trouxe
Para lembrar que respiro
e ainda quero acreditar
que esperar é um caminho
Para dançar com as palavras
que trauteio ao som da chuva
no meio da tempestade
Escrevo, hoje
porque quero lembrar
que ainda não tinha esquecido
MIA
24 Outº 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Sempre há...
Felicidade
sempre se quer
e nem se sempre tem
sempre se procura
e nem sempre se encontra
Mas
olhando bem lá dentro
naquele cantinho
espelhado de saudade
há sempre uma luz
mostrando que existem
momentos felizes
que continuam a sorrir
em qualquer amanhã
vestida de sol
MIA
21 Outº 2011
sempre se quer
e nem se sempre tem
sempre se procura
e nem sempre se encontra
Mas
olhando bem lá dentro
naquele cantinho
espelhado de saudade
há sempre uma luz
mostrando que existem
momentos felizes
que continuam a sorrir
em qualquer amanhã
vestida de sol
MIA
21 Outº 2011
Solidão acompanhada
Hoje
não me importo de ser a solidão
Quero pensar
carpir se preciso for
e respirar o ar fedorento
que os tempos carregam
neste Outono de triste sol
Não me arrasto
como as folhas caídas
nem me leva o vento
por caminhos traçados
como se fosse fado
Hoje
não me importo de ser a solidão
nas horas moribundas
porque olhando o caminho
estou sempre acompanhada.
MIA
21 Outº 2011
não me importo de ser a solidão
Quero pensar
carpir se preciso for
e respirar o ar fedorento
que os tempos carregam
neste Outono de triste sol
Não me arrasto
como as folhas caídas
nem me leva o vento
por caminhos traçados
como se fosse fado
Hoje
não me importo de ser a solidão
nas horas moribundas
porque olhando o caminho
estou sempre acompanhada.
MIA
21 Outº 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Bate coração
Que fazer
quando o coração cresce
e morre de frio
sem telhados para se aquecer?
Deixá-lo bater
num peito aberto de liberdade
ou silencia-lo de fome
nas bocas cheias de nada?
Não, coração
bate como nunca bateste
grita como nunca gritaste
e mostra ao mundo
a tua pátria agonizante
que há-de reerguer-se
mesmo que os vampiros
passeiem impunes
pelos prados ressequidos
da esperança que não há-de morrer
MIA
19 Outº 2011
quando o coração cresce
e morre de frio
sem telhados para se aquecer?
Deixá-lo bater
num peito aberto de liberdade
ou silencia-lo de fome
nas bocas cheias de nada?
Não, coração
bate como nunca bateste
grita como nunca gritaste
e mostra ao mundo
a tua pátria agonizante
que há-de reerguer-se
mesmo que os vampiros
passeiem impunes
pelos prados ressequidos
da esperança que não há-de morrer
MIA
19 Outº 2011
No meu país de sonho
Tenho frio
Não, porque neve
não, porque falte o sol
não, porque esteja frio
Tenho frio
Pela nudez do meu país
e dos descamisados
sem fôlego para respirar
Tenho frio hoje
e por quanto tempo mais???
MIA
19 Outº 2011
Não, porque neve
não, porque falte o sol
não, porque esteja frio
Tenho frio
Pela nudez do meu país
e dos descamisados
sem fôlego para respirar
Tenho frio hoje
e por quanto tempo mais???
MIA
19 Outº 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Ficando
Há tantos dias por aí
divagando
como o olhar que te procura
Indo
e não indo
mas para sempre
ficando
MIA
13 Outº 2011
divagando
como o olhar que te procura
Indo
e não indo
mas para sempre
ficando
MIA
13 Outº 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
O bater do coração
Tenho um gigante
apertado no peito
Bate tanto
tanto, tanto
que quase morre
de tanto bater
Bate por outrora
por agora
descompassado
a compasso
Batendo
para não me perder
MIA
5 Outº. 2011
apertado no peito
Bate tanto
tanto, tanto
que quase morre
de tanto bater
Bate por outrora
por agora
descompassado
a compasso
Batendo
para não me perder
MIA
5 Outº. 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
Para meu primo com Alzheimer
São tristes as palavras
do teu olhar longínquo
que ninguém entende
a não ser a tristeza
São silenciosos os gestos
disformes do teu corpo
que ninguém entende
a não ser o silêncio
São tristeza
são silêncio
são mundo sem flores
nem cor
demente
onde só o coração
é vida
MIA
2 Outº. 2011
do teu olhar longínquo
que ninguém entende
a não ser a tristeza
São silenciosos os gestos
disformes do teu corpo
que ninguém entende
a não ser o silêncio
São tristeza
são silêncio
são mundo sem flores
nem cor
demente
onde só o coração
é vida
MIA
2 Outº. 2011
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Um desejo
Meu amor
e deixa-me chamar-te assim
que amanhã pode ser tarde
Mando-te um beijo
uma flor
um desejo
e os meus braços abertos
à procura dos teus
no cansaço dos dias
e das noites de silêncio
Deixo-te a ternura
dum embalar descansado
e um sorriso
misturado nos teus lábios
que a minha boca guardou
para se desfazer
no reencontro de nós.
MIA
29 Setº 2011
e deixa-me chamar-te assim
que amanhã pode ser tarde
Mando-te um beijo
uma flor
um desejo
e os meus braços abertos
à procura dos teus
no cansaço dos dias
e das noites de silêncio
Deixo-te a ternura
dum embalar descansado
e um sorriso
misturado nos teus lábios
que a minha boca guardou
para se desfazer
no reencontro de nós.
MIA
29 Setº 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
O teu canto
Meu amor
ai se eu pudesse, meu amor
subiria toda a escadaria
para te levar flores
Muitas, de mil cores
para espalhar
sobre o teu canto
encantado
onde sempre me deito
MIA
27 Setº.2011
ai se eu pudesse, meu amor
subiria toda a escadaria
para te levar flores
Muitas, de mil cores
para espalhar
sobre o teu canto
encantado
onde sempre me deito
MIA
27 Setº.2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Onde pára a tua estrela?
Por favor diz-me
qual é a tua estrela no céu
que cansei de olhar
de tanto andar à procura
Já as confundo
de tanto me olharem
e em nenhuma reconheço
a cor dos teus olhos
Dá-me um sinal
brilha mais se puderes
porque não quero esquecer
Mas logo hoje o céu
está tão estrelado
como te vou reconhecer?
Vou esperar por amanhã...
MIA
26 Setº. 2011
qual é a tua estrela no céu
que cansei de olhar
de tanto andar à procura
Já as confundo
de tanto me olharem
e em nenhuma reconheço
a cor dos teus olhos
Dá-me um sinal
brilha mais se puderes
porque não quero esquecer
Mas logo hoje o céu
está tão estrelado
como te vou reconhecer?
Vou esperar por amanhã...
MIA
26 Setº. 2011
sábado, 24 de setembro de 2011
Na avenida mais longa da cidade
Confunde-se com o cair das folhas
quando se arrasta pelo fim do dia
na avenida mais longa da cidade
Leva o malmequer ao peito
desfeito de menina/mulher
na agonia dos dias sem sol
Vai triste, vai só
e a frescura é do vento que passa
sem tempo para carícias
Para o seu funeral
tem o desejo do cheiro das rosas
que deixou pelo caminho
e da cor das papoilas
que há muito vestiu p'ra se perder
nos dias sem amanhã
MIA
24 Setº.2011
quando se arrasta pelo fim do dia
na avenida mais longa da cidade
Leva o malmequer ao peito
desfeito de menina/mulher
na agonia dos dias sem sol
Vai triste, vai só
e a frescura é do vento que passa
sem tempo para carícias
Para o seu funeral
tem o desejo do cheiro das rosas
que deixou pelo caminho
e da cor das papoilas
que há muito vestiu p'ra se perder
nos dias sem amanhã
MIA
24 Setº.2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Era a noite mais linda
As luzes tremeram
o espelho estilhaçou-se
quando a porta bateu
para acordar os fantasmas
que dormiam dentro do peito
Dançaram as paredes
como há muito se não vissem
acendendo o luar
onde as estrelas cadentes
espreitavam pelas janelas
Era a noite mais linda
de todas as noites que aconteceram
MIA
23 Setº.2011
o espelho estilhaçou-se
quando a porta bateu
para acordar os fantasmas
que dormiam dentro do peito
Dançaram as paredes
como há muito se não vissem
acendendo o luar
onde as estrelas cadentes
espreitavam pelas janelas
Era a noite mais linda
de todas as noites que aconteceram
MIA
23 Setº.2011
O meu corpo
O meu corpo
é um rio ...
É o teu
grito de liberdade
afogado num beijo
O meu corpo
é a tua casa...
E eu
não sou o meu corpo
MIA
23 Setº 2011
é um rio ...
É o teu
grito de liberdade
afogado num beijo
O meu corpo
é a tua casa...
E eu
não sou o meu corpo
MIA
23 Setº 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Tu e eu
Tu
sempre me falas dos medos
e de noites de leitura
acordada nos livros
Eu
falo-te das cores dos sonhos
manchadas de pesadelo
que torna cinza o luar
Cruzamos o olhar
no brilho dum sorriso
e o até amanhã
é sempre um beijo
um beijo
um beijo...
MIA
13 Setº.2011
sempre me falas dos medos
e de noites de leitura
acordada nos livros
Eu
falo-te das cores dos sonhos
manchadas de pesadelo
que torna cinza o luar
Cruzamos o olhar
no brilho dum sorriso
e o até amanhã
é sempre um beijo
um beijo
um beijo...
MIA
13 Setº.2011
sábado, 10 de setembro de 2011
"Ne me quittes pas"
Tinha um não sei quê
de diferente
que me fazia amá-lo
como se fosse meu
e sempre que
a sua voz girava
o meu corpo balançava
em braços
que não eram os seus
Ouvia-lhe as palavras
como se fossem minhas
sentia o cheiro dos "gaulloises"
como se das minhas mãos
espreitassem
e guardava
o seu sorriso enigmático
no espelho
onde diariamente me via
Deixei-me morrer
na sua morte
e guardei as lágrimas
junto ao vinil
que ainda hoje
me faz voar e dizer
"ne me quittes pas"
MIA
10 Setº 2011
de diferente
que me fazia amá-lo
como se fosse meu
e sempre que
a sua voz girava
o meu corpo balançava
em braços
que não eram os seus
Ouvia-lhe as palavras
como se fossem minhas
sentia o cheiro dos "gaulloises"
como se das minhas mãos
espreitassem
e guardava
o seu sorriso enigmático
no espelho
onde diariamente me via
Deixei-me morrer
na sua morte
e guardei as lágrimas
junto ao vinil
que ainda hoje
me faz voar e dizer
"ne me quittes pas"
MIA
10 Setº 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
A lua e o mar, ali tão perto
Olha meu amor
já viste hoje a lua?
Parecem os teus olhos
quando a noite
cresce nos meus seios
E as estrelas?
De tantas
já parecem os teus sinais
Por favor
leva-me a ver o mar
que quero sentir-lhe o cheiro
na tua boca espraiada de beijos
e ouvir a tua voz
como se fosse barco à deriva
em noite de desassossego
Vamos?
Beijo
MIA
9 Setº 2011
já viste hoje a lua?
Parecem os teus olhos
quando a noite
cresce nos meus seios
E as estrelas?
De tantas
já parecem os teus sinais
Por favor
leva-me a ver o mar
que quero sentir-lhe o cheiro
na tua boca espraiada de beijos
e ouvir a tua voz
como se fosse barco à deriva
em noite de desassossego
Vamos?
Beijo
MIA
9 Setº 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
a tua voz
A tua voz.
Sim a tua voz.
Uma melodia no meu silêncio.
Um rio na minha foz...
Besito de mil colores
MIA
Sim a tua voz.
Uma melodia no meu silêncio.
Um rio na minha foz...
Besito de mil colores
MIA
domingo, 4 de setembro de 2011
Para ti
É Setembro
e a noite hoje caíu tão cedo
que me lembrei do teu abraço
quando o adeus
foi o descolar do teu peito no meu
Trouxe o teu cheiro
nas ondas do meu cabelo
e na "écharpe"
onde o meu corpo esvoaçou
como gaivota à espreita
dum mar de desejo
Deixei-te o olhar e o sorriso
para se tiveres frio
te embrulhares de mil cores
quando o sol se deitar no leito
do rio que guardo no meu peito.
Um beijo
MIA
4 Setº 2011
e a noite hoje caíu tão cedo
que me lembrei do teu abraço
quando o adeus
foi o descolar do teu peito no meu
Trouxe o teu cheiro
nas ondas do meu cabelo
e na "écharpe"
onde o meu corpo esvoaçou
como gaivota à espreita
dum mar de desejo
Deixei-te o olhar e o sorriso
para se tiveres frio
te embrulhares de mil cores
quando o sol se deitar no leito
do rio que guardo no meu peito.
Um beijo
MIA
4 Setº 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
o teu corpo
O teu corpo é o meu poema...
Não sei se escrito
às luzes do novo acordo
se percorrido
por estas mãos que beijas
quando te adoçam a boca
É o poema que releio
antes da lua se apagar
e que em "braille" leio
quando o sol ensonado
se espreguiça no teu olhar
É o poema musicado
em dó
em fado
meu fado
meu fado
meu fado...
MIA
28 Agosto 2011
Não sei se escrito
às luzes do novo acordo
se percorrido
por estas mãos que beijas
quando te adoçam a boca
É o poema que releio
antes da lua se apagar
e que em "braille" leio
quando o sol ensonado
se espreguiça no teu olhar
É o poema musicado
em dó
em fado
meu fado
meu fado
meu fado...
MIA
28 Agosto 2011
sábado, 27 de agosto de 2011
Sós...navegando
E ao sabor das ondas
deixar-me-ia levar
como nenúfar colorido
nessa jangada
que só tu sabes navegar
Que importaria o horizonte?
O céu estaria estrelado
o vento de feição
e nós à deriva beijados pelo luar
ainda que a noite fosse breu
e a única luz o nosso olhar
Sós... navegando
de tanto amar e mar
MIA
27 Agosto 2011
deixar-me-ia levar
como nenúfar colorido
nessa jangada
que só tu sabes navegar
Que importaria o horizonte?
O céu estaria estrelado
o vento de feição
e nós à deriva beijados pelo luar
ainda que a noite fosse breu
e a única luz o nosso olhar
Sós... navegando
de tanto amar e mar
MIA
27 Agosto 2011
cavaleiro andante
Oh, meu doce
cavaleiro andante
que me inquietas o sono
quando bates à janela
e foges para que te não veja
Desapareces
por praias lusitanas
cheias de aromas e sol
beijado pela areia
que não é a minha boca
Oh doce cavaleiro
como tenho ciúmes do mar
onde mergulhas
e te abraça o corpo
como se fosse o meu
Queria ser nau e partir
e amanhã bem cedo
esperar-te junto ao cais
ainda adormecida
na ânsia do teu beijo
para me acordar...
MIA
25 Agosto 2011
cavaleiro andante
que me inquietas o sono
quando bates à janela
e foges para que te não veja
Desapareces
por praias lusitanas
cheias de aromas e sol
beijado pela areia
que não é a minha boca
Oh doce cavaleiro
como tenho ciúmes do mar
onde mergulhas
e te abraça o corpo
como se fosse o meu
Queria ser nau e partir
e amanhã bem cedo
esperar-te junto ao cais
ainda adormecida
na ânsia do teu beijo
para me acordar...
MIA
25 Agosto 2011
Nortada
Tenho frio, meu amor...
Um frio que vem do norte
e me levanta a saia
que tento vestir com as mãos
onde o corpo fica mais nu
Mas de repente penso
que a nortada podias ser tu
e eu não taparia mais nada
ainda que a saia subisse à cintura
Abraçar-te-ia com um beijo
e deixaríamos acontecer
o vendaval que nos faria tremer
até um novo dia nascer
MIA
26 Agosto 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Tomara, meu amor
Tomara, meu amor
que fosses o mar
Aquele mar que eu amo
e me inebria
quando docemente
lhe dou os pés a beijar
e ele sem pudor
me vai tomando o corpo
num vai e vem sem parar
tornando meus ais
cada vez mais profundos
meus seios
cada vez mais hirtos
minha boca
entreaberta à espera
meus olhos
cada vez mais cerrados
pronta para
me deixar levar de prazer
nas águas que não são calmas
Tomara, meu amor
que fosses o mar
e o meu corpo o teu beijo.
MIA
23 Agosto 2011
que fosses o mar
Aquele mar que eu amo
e me inebria
quando docemente
lhe dou os pés a beijar
e ele sem pudor
me vai tomando o corpo
num vai e vem sem parar
tornando meus ais
cada vez mais profundos
meus seios
cada vez mais hirtos
minha boca
entreaberta à espera
meus olhos
cada vez mais cerrados
pronta para
me deixar levar de prazer
nas águas que não são calmas
Tomara, meu amor
que fosses o mar
e o meu corpo o teu beijo.
MIA
23 Agosto 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Mulher/Amiga
Mulher/Amiga
é para ti este poema
feito da ternura
que trago no meu peito
É para ti
que ris desfeita no meu riso
que choras quando choro
ou quando as minhas palavras
são os sons da tua melodia
É para ti
este poema sem idade
que roça o desespero
de não poder estar lá
quando a tua dor
se veste da cor da minha
É para ti este poema
de Verão sem tempo
por seres amiga
sempre tão presente
tão terna
tão igual
tão Mulher...
MIA
22 Agosto 2011
é para ti este poema
feito da ternura
que trago no meu peito
É para ti
que ris desfeita no meu riso
que choras quando choro
ou quando as minhas palavras
são os sons da tua melodia
É para ti
este poema sem idade
que roça o desespero
de não poder estar lá
quando a tua dor
se veste da cor da minha
É para ti este poema
de Verão sem tempo
por seres amiga
sempre tão presente
tão terna
tão igual
tão Mulher...
MIA
22 Agosto 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
Sufoco
Sufoco nesta humidade
que me gruda o corpo
Asfixio nas lágrimas
que caem lá fora
e que por trás da vidraça
se confundem nos meus olhos
Morro neste silêncio
que os trovões acordam
e onde não quero ficar
Até que
sorrateiramente
pé ante pé
me embalo de claves de sol
e deixo-me levar
por aquela nuvem
negra como a alma
que carrego para lá do vento
E vou...
MIA
21 Agosto 20011
que me gruda o corpo
Asfixio nas lágrimas
que caem lá fora
e que por trás da vidraça
se confundem nos meus olhos
Morro neste silêncio
que os trovões acordam
e onde não quero ficar
Até que
sorrateiramente
pé ante pé
me embalo de claves de sol
e deixo-me levar
por aquela nuvem
negra como a alma
que carrego para lá do vento
E vou...
MIA
21 Agosto 20011
sábado, 20 de agosto de 2011
Cheia de frio
Visto os versos mais tristes
mesmo quando o meu riso
se desfaz da loucura
onde me levam as palavras
Visto-os como um manto
esvoaçando de negro
que cobrem meus olhos
cansados de tanto querer
Visto-os de manhã
à tarde e à noitinha
de cada vez que a tristeza
passa adormecida
sem tempo para acordar
e de todas as vezes que os visto
fico mais nua e cheia de frio.
MIA
19 Agosto 2011
mesmo quando o meu riso
se desfaz da loucura
onde me levam as palavras
Visto-os como um manto
esvoaçando de negro
que cobrem meus olhos
cansados de tanto querer
Visto-os de manhã
à tarde e à noitinha
de cada vez que a tristeza
passa adormecida
sem tempo para acordar
e de todas as vezes que os visto
fico mais nua e cheia de frio.
MIA
19 Agosto 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Coração vadio
Coração que deixa de bater
nos dias em que a dor
é mais longa que a morte
anunciada dos afectos
Coração que não respira
afogado em trombos de mar
morto nas safenas
ressequidas de ilusão
Coração vadio
revascularizado de pranto
deixa-te de novo pulsar
porque amanhã
pode ser tarde demais
para voltar a ver o sol
MIA
20 Agosto 2011
nos dias em que a dor
é mais longa que a morte
anunciada dos afectos
Coração que não respira
afogado em trombos de mar
morto nas safenas
ressequidas de ilusão
Coração vadio
revascularizado de pranto
deixa-te de novo pulsar
porque amanhã
pode ser tarde demais
para voltar a ver o sol
MIA
20 Agosto 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Ausência - feito em Julho
"Ausência"
Meu amor
não se acaba o amor
quando começam os dias
longe de ti
mas do meu peito
cresce um rio sem margens
que me afoga de saudade
É o Verão que corre
e não parece
é a maré cheia de lágrimas
é um coração que quase morre
é a tristeza da noite
quando adormece o luar
Sãos os olhos vazios dos teus
a boca orfã de beijos
o corpo seco de desejo
as mãos abertas de nada
na ausência do teu cheiro
Por isso, meu amor
volta depressa
que se faz tarde a ternura
e a solidão fica cansada
de tanto, tanto bater.
Um beijo
MIA
sábado, 13 de agosto de 2011
A falta que ainda me fazes
Mãe
tenho as mãos tão frias!
Frias
daquele gelo que bate no coração
e desce pelo estômago sem parar
para cair bem lá em baixo
nuns pés arroxeados
que se recusam a caminhar
de insensíveis que ficam
Já não são pés nem são nada
transformados que estão
em deslize de ski alpino
sem metas para cortar
nem trenós que me possam levar
para lá do abismo onde me sento
E do rosto, Mãe,
do rosto já não espreitam lágrimas
porque os olhos são blocos de gelo
transformados em glaciar
que se desloca vagarosamente
ao sabor dum vento agreste
O corpo, esse já nem sinto
se bate ou deixa de bater
se ondula ou se deixa morrer
porque as mãos estão tão frias
que só lembram o calor das tuas
quando me pegavas para me aquecer
Quando me dói, Mãe,
sinto ainda mais a tua falta.
MIA
13 Agosto 2011
tenho as mãos tão frias!
Frias
daquele gelo que bate no coração
e desce pelo estômago sem parar
para cair bem lá em baixo
nuns pés arroxeados
que se recusam a caminhar
de insensíveis que ficam
Já não são pés nem são nada
transformados que estão
em deslize de ski alpino
sem metas para cortar
nem trenós que me possam levar
para lá do abismo onde me sento
E do rosto, Mãe,
do rosto já não espreitam lágrimas
porque os olhos são blocos de gelo
transformados em glaciar
que se desloca vagarosamente
ao sabor dum vento agreste
O corpo, esse já nem sinto
se bate ou deixa de bater
se ondula ou se deixa morrer
porque as mãos estão tão frias
que só lembram o calor das tuas
quando me pegavas para me aquecer
Quando me dói, Mãe,
sinto ainda mais a tua falta.
MIA
13 Agosto 2011
Intranquilidade
Tremo por ter amor
de tanto amar e mar
e deste vento norte
que tanto teima em passar
Tremo ao relento
dos sonhos sózinhos
perdidos num corpo
doente por respirar
Tremo de delírio
na noite insóne
que de tão longa
reabre chagas já mortas
Tremo de intranquilidade
sempre que adormeço
enrolada de vazio
com medo de não acordar
Tremo quando abro os olhos
e não vejo as flores crescer
nem as gaivotas passar...
MIA
13 Agosto 2011
de tanto amar e mar
e deste vento norte
que tanto teima em passar
Tremo ao relento
dos sonhos sózinhos
perdidos num corpo
doente por respirar
Tremo de delírio
na noite insóne
que de tão longa
reabre chagas já mortas
Tremo de intranquilidade
sempre que adormeço
enrolada de vazio
com medo de não acordar
Tremo quando abro os olhos
e não vejo as flores crescer
nem as gaivotas passar...
MIA
13 Agosto 2011
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Um pedido à LUA
Leva-me
leva-me Lua
atira-me um raio
e deixa-me subir
bem mais alto
que o pensamento
que ainda me ata aqui
Quero a tua luz
que a minha
está tão ténue
como lamparina
de cemitério
em dia de todos os santos
Dá-me um berço
na cratera mais linda
embala-me
como minha mãe fazia
para que meu sono
seja mais descansado
Leva-me hoje
que estás tão cheia
porque amanhã
será tão tarde
que não sei
se a minha força
te chegará
MIA
12 Agosto 2011
leva-me Lua
atira-me um raio
e deixa-me subir
bem mais alto
que o pensamento
que ainda me ata aqui
Quero a tua luz
que a minha
está tão ténue
como lamparina
de cemitério
em dia de todos os santos
Dá-me um berço
na cratera mais linda
embala-me
como minha mãe fazia
para que meu sono
seja mais descansado
Leva-me hoje
que estás tão cheia
porque amanhã
será tão tarde
que não sei
se a minha força
te chegará
MIA
12 Agosto 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
De sorriso novo
Hoje, surpreendentemente
o sol beijou-me mais forte
e guardei os dias das flores
das cores e dos cheiros
misturados na minha pele
de baunilha e chocolate
feita espuma desfeita
num dia quente de Verão
Ao terceiro dia de muitos
decorei o cabelo de miosótis
como se fossem teus versos
que não quero esquecer
e no renascer dum sorriso
alvo como as manhãs
parti para mais uma viagem
de onde não sei o regresso
Mas quando voltar
ah, quando voltar
já não virei de tão longe
porque cada vez estou mais perto
MIA
11 Agosto 2011
o sol beijou-me mais forte
e guardei os dias das flores
das cores e dos cheiros
misturados na minha pele
de baunilha e chocolate
feita espuma desfeita
num dia quente de Verão
Ao terceiro dia de muitos
decorei o cabelo de miosótis
como se fossem teus versos
que não quero esquecer
e no renascer dum sorriso
alvo como as manhãs
parti para mais uma viagem
de onde não sei o regresso
Mas quando voltar
ah, quando voltar
já não virei de tão longe
porque cada vez estou mais perto
MIA
11 Agosto 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Neblina no olhar
Não vejo
o sol
os sorrisos
a cor das flores
e o azul do mar
Desceu-me a neblina
num olhar de cataratas
que enegreceu o sonho
Não ouço
o rir das crianças
o marulhar
as gaivotas
e o vento norte
Ausentei-me de mim
para lá daquela nuvem
que o vento há-de levar
Só sinto o teu cheiro
embrulhado no meu
de baunilha e chocolate.
MIA
10 Agosto 2011
o sol
os sorrisos
a cor das flores
e o azul do mar
Desceu-me a neblina
num olhar de cataratas
que enegreceu o sonho
Não ouço
o rir das crianças
o marulhar
as gaivotas
e o vento norte
Ausentei-me de mim
para lá daquela nuvem
que o vento há-de levar
Só sinto o teu cheiro
embrulhado no meu
de baunilha e chocolate.
MIA
10 Agosto 2011
Leio e releio os teus versos
que entranho
de tão estranhos se tornarem
Passo e repasso as minhas mãos
para sentir o calor das tuas
quando se perdiam em mim
Encerro os meus olhos
para ver o brilho dos teus
quando o luar te banhava
Cerro a boca como túmulo
p'ra não perder os teus beijos
desfeitos como lágrimas
Mas o meu peito
escancaro-o à liberdade
ainda que me faça doer
MIA
8 Agosto 2011
que entranho
de tão estranhos se tornarem
Passo e repasso as minhas mãos
para sentir o calor das tuas
quando se perdiam em mim
Encerro os meus olhos
para ver o brilho dos teus
quando o luar te banhava
Cerro a boca como túmulo
p'ra não perder os teus beijos
desfeitos como lágrimas
Mas o meu peito
escancaro-o à liberdade
ainda que me faça doer
MIA
8 Agosto 2011
Oh alma perdida!
" Notam-se, nos jardins da alma,
espantosas raridades
plantam-se amores perfeitos
e nascem, depois, saudades"...... (palavras da minha querida amiga Isaura Moreira e que fizeram sair de mim, outras palavras)
Oh minha alma
meu jardim abandonado
onde as flores secas
são os amores imperfeitos
Oh campo de flores
sem caule e sem cor
que nada mais mostra
do que pó, cinza e nada
Oh janela da saudade
onde a corrente de ar
se mistura com lágrimas
secas de estio agreste
Oh alma sem vida
perdida em pleno Agosto
no meio da maré alta
onde o amor já foi azul
Oh alma penada
que te arrastas para lá do tempo
MIA
10 Agosto 2011
espantosas raridades
plantam-se amores perfeitos
e nascem, depois, saudades"...... (palavras da minha querida amiga Isaura Moreira e que fizeram sair de mim, outras palavras)
Oh minha alma
meu jardim abandonado
onde as flores secas
são os amores imperfeitos
Oh campo de flores
sem caule e sem cor
que nada mais mostra
do que pó, cinza e nada
Oh janela da saudade
onde a corrente de ar
se mistura com lágrimas
secas de estio agreste
Oh alma sem vida
perdida em pleno Agosto
no meio da maré alta
onde o amor já foi azul
Oh alma penada
que te arrastas para lá do tempo
MIA
10 Agosto 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Voarei
Voarei
quando o gesso das minhas asas
se desfizer no pó do tempo
Voarei
à volta do sol e do luar
até a loucura abrandar
Voarei
para lá do túnel
onde escondo o que de mim ficou
Voarei
sem rumo
sem mares
sem norte
sem asas também
até encontrar a estrela polar
MIA
8 Agosto 2011
quando o gesso das minhas asas
se desfizer no pó do tempo
Voarei
à volta do sol e do luar
até a loucura abrandar
Voarei
para lá do túnel
onde escondo o que de mim ficou
Voarei
sem rumo
sem mares
sem norte
sem asas também
até encontrar a estrela polar
MIA
8 Agosto 2011
Tão nua
Tão nua
tão de quatro, sem acto
sem membros
como cilindro
rolando para o abismo
Os olhos
fora de órbitas
pendurados de vazio
num crânio
acéfalo de esperança
Só os cabelos
escorridos
ao vento
tapando o que resta
MIA
8 Agosto 2011
tão de quatro, sem acto
sem membros
como cilindro
rolando para o abismo
Os olhos
fora de órbitas
pendurados de vazio
num crânio
acéfalo de esperança
Só os cabelos
escorridos
ao vento
tapando o que resta
MIA
8 Agosto 2011
Esta dor
Rastejo
e faço da minha loucura
o passeio onde me rasgo
até que a pele me doa
Rastejo ao contrário
de frente, de costas
até que as minhas vísceras
parem de sentir
Preservarei o olhar
para voltar a ver o sol
nem que seja
à hora das trindades
MIA
8 Agosto 2011
e faço da minha loucura
o passeio onde me rasgo
até que a pele me doa
Rastejo ao contrário
de frente, de costas
até que as minhas vísceras
parem de sentir
Preservarei o olhar
para voltar a ver o sol
nem que seja
à hora das trindades
MIA
8 Agosto 2011
E as rosas perderam a cor, em pleno verão
Em pleno Verão
secaram as flores e as madrugadas
e só os rios transbordaram
do meus olhos feitos margem
Foi-se a ternura
vestida dum luto silencioso
encerrada numa urna de abraços
sem braços para te apertar
Tal como vieste
desapareceste sorrateiramente
indiferente à voz rouca
que te chamava sem resposta
Deixaste-me as rosas
e o champanhe a aquecer
como pregadeira amaldiçoada
pendurados no meu peito
Ficou-me o silêncio inerte
sem eco, moribundo,
às portas da morte
onde me deixarei morrer
sem sol, sem luz, sem nada...
MIA
8 Agosto 2011
secaram as flores e as madrugadas
e só os rios transbordaram
do meus olhos feitos margem
Foi-se a ternura
vestida dum luto silencioso
encerrada numa urna de abraços
sem braços para te apertar
Tal como vieste
desapareceste sorrateiramente
indiferente à voz rouca
que te chamava sem resposta
Deixaste-me as rosas
e o champanhe a aquecer
como pregadeira amaldiçoada
pendurados no meu peito
Ficou-me o silêncio inerte
sem eco, moribundo,
às portas da morte
onde me deixarei morrer
sem sol, sem luz, sem nada...
MIA
8 Agosto 2011
sábado, 6 de agosto de 2011
Os teus olhos, meu amor
Os teus olhos, meu amor
onde à noitinha me deito
tem a cor das folhas secas
das rosas com que me vestes
São a janela aberta ao luar
onde os raios de desejo
vão descendo lentamente
pelas mãos com que me despes
São as estrelas cadentes
que caem sobre o meu corpo
num estranho movimento
Oh meu amor, os teus olhos
são a manhã que me acorda
e o espelho onde me vejo
Beijo
MIA
6 Julho 2011
onde à noitinha me deito
tem a cor das folhas secas
das rosas com que me vestes
São a janela aberta ao luar
onde os raios de desejo
vão descendo lentamente
pelas mãos com que me despes
São as estrelas cadentes
que caem sobre o meu corpo
num estranho movimento
Oh meu amor, os teus olhos
são a manhã que me acorda
e o espelho onde me vejo
Beijo
MIA
6 Julho 2011
domingo, 24 de julho de 2011
Frankfurt
Não há estrelas nem luar
nem toques de clarim
na noite vestida de negro
O cetim rasgado
confunde-se com as pedras
despidas pela erosão
Sobram os espinhos
de rosas desfloradas
quando o Main transborda
da corrente de lágrimas
que abandonam o peito
Frankfurt à noite
igual a qualquer cidade
MIA
24 Jul 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
O teu nome
Sussurro o teu nome
devagar
devagarinho
mas sempre que
a minha voz se levanta
chamo-te só meu Amor
Esqueço-o
no rubor das noites
e das ternas madrugadas
no suor das flores
em manhãs cheias de Verão
no entardecer nublado
desfeito de amar e mar
Desfaço-o
na minha boca
quando o som do meu
sai da tua
e às apalpadelas
em descendo
para que não se apague a LUA
MIA
22 Julho 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Para ti
A tua voz
adoçou-me o pensamento
e quis tanto
dar-te o beijo que te guardo
Mas meu amor
era tão longa a distância
que despi as minhas asas
e nada mais ficou
que o teu beijo ausente
MIA
21 Julho 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Amor não tem hora
Deixa-me tocar teu corpo
como penitência de peregrino
arrastado de promessas
Deixa-me que estas mãos
se entrelacem nas tuas
como terço deslizando
Deixa-me que te afague
que aconteça, que te beije
ainda que a noite seja uma criança.
MIA
18 Julho 2011
como penitência de peregrino
arrastado de promessas
Deixa-me que estas mãos
se entrelacem nas tuas
como terço deslizando
Deixa-me que te afague
que aconteça, que te beije
ainda que a noite seja uma criança.
MIA
18 Julho 2011
Um beijo
Mando-te
o sabor dum beijo
que hás-de degustar
da minha boca
com sabor a mar
Um beijo alado
de cores do arco-íris
em campo de girassóis
à procura do Sol
Um beijo
que guardo sentada
no vão da saudade...
MIA
18 Julho 2011
o sabor dum beijo
que hás-de degustar
da minha boca
com sabor a mar
Um beijo alado
de cores do arco-íris
em campo de girassóis
à procura do Sol
Um beijo
que guardo sentada
no vão da saudade...
MIA
18 Julho 2011
Conta-me
Por favor, meu amor
não me contes a cor dos teus olhos
Conta-me
das flores, dos rios e das cores
que os teus sonhos guardam
Conta-me
das marés, dos ventos, dos temporais
que as tuas mãos fizeram poema
Conta-me
das manhãs, das tardes e dos dias
em que o teu voo é ausência
Conta-me, meu amor
baixinho, devagar, devagarinho
como solo de violino em noite estrelada.
MIA
18 Julho 2011
não me contes a cor dos teus olhos
Conta-me
das flores, dos rios e das cores
que os teus sonhos guardam
Conta-me
das marés, dos ventos, dos temporais
que as tuas mãos fizeram poema
Conta-me
das manhãs, das tardes e dos dias
em que o teu voo é ausência
Conta-me, meu amor
baixinho, devagar, devagarinho
como solo de violino em noite estrelada.
MIA
18 Julho 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Para ti
Inventas-me o corpo
navegando em maré cheia
com voz rouca de gemidos sem ais
Eu sonho-te a boca
afogando-me de beijos
como náufrago prestes a perder-se
As noites, meu amor,
seriam o perfume do mar revolto
quando se desfaz junto ao cais...
Beijo
MIA
14 Jul 2011
navegando em maré cheia
com voz rouca de gemidos sem ais
Eu sonho-te a boca
afogando-me de beijos
como náufrago prestes a perder-se
As noites, meu amor,
seriam o perfume do mar revolto
quando se desfaz junto ao cais...
Beijo
MIA
14 Jul 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
O abuso da chuva
Manhã sonolenta esta
de alcoviteiras espreitando
como quem passa sem ver
Perguntei-lhes pelo sol
e a chuva molhou-me
sem perguntar se podia
Olhei-a com desdém
e sem me importar pensei
que o tempo dela era outro
e o meu continuava a passar
MIA
12 Julho 2011
de alcoviteiras espreitando
como quem passa sem ver
Perguntei-lhes pelo sol
e a chuva molhou-me
sem perguntar se podia
Olhei-a com desdém
e sem me importar pensei
que o tempo dela era outro
e o meu continuava a passar
MIA
12 Julho 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Sei dum rio
Meu amor, sei dum rio
que me corre no peito
rumo ao delta do teu olhar
Meu amor, sei dum rio
que transborda de tristeza
quando as noites morrem de tão sós
Sei dum rio, meu amor
que vive correndo
quando os teus braços abertos
são simplesmente o mar
MIA
11 Julho 2011
que me corre no peito
rumo ao delta do teu olhar
Meu amor, sei dum rio
que transborda de tristeza
quando as noites morrem de tão sós
Sei dum rio, meu amor
que vive correndo
quando os teus braços abertos
são simplesmente o mar
MIA
11 Julho 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Noite
Oh meu amor
ontem, já nem a lua era nova
e a noite que estava triste
só brilhou quando sorriste
Navegamos à procura
duma ilha deserta de pudor
onde os corpos molhados
foram a alegre madrugada
O teu peito
foi a sombra da palmeira
onde me deixei adormecer
MIA
8 Julho 2011
ontem, já nem a lua era nova
e a noite que estava triste
só brilhou quando sorriste
Navegamos à procura
duma ilha deserta de pudor
onde os corpos molhados
foram a alegre madrugada
O teu peito
foi a sombra da palmeira
onde me deixei adormecer
MIA
8 Julho 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
Afectos
Perdi amores
que nunca deixei de amar
mas de todos que perdi
ganhei estrelas
que continuam a brilhar
nas viagens duma vida
feita de momentos
que a compasso
não me deixam perder
Os afectos
são o mar onde mergulho
MIA
28 Jun 2011
que nunca deixei de amar
mas de todos que perdi
ganhei estrelas
que continuam a brilhar
nas viagens duma vida
feita de momentos
que a compasso
não me deixam perder
Os afectos
são o mar onde mergulho
MIA
28 Jun 2011
sábado, 25 de junho de 2011
O poema que me pediste
Pediste-me um poema de amor
ao ver o brilho dos meus olhos
e eu corada, baixei-os
porque a luz que irradiavam
não era de paixão,mas dos holofotes
que insistentemente mentiam
quando te mirava por dentro
Guardei-te o olhar
e o jeito da tua boca entreaberta
de sorrisos suspensos
quando me enlaçaste na dança
e me arrastaste nos passos
esvoaçantes dum ritmo "caribeño"
que me fez entrar na noite
Quando as luzes se apagaram
guardei o teu perfume
e o sussurro do teu respirar
mas tão ao de leve
que o amanhecer o levou
como vento suão
aquecendo uma manhã de Verão.
MIA
25 Jun 2011
ao ver o brilho dos meus olhos
e eu corada, baixei-os
porque a luz que irradiavam
não era de paixão,mas dos holofotes
que insistentemente mentiam
quando te mirava por dentro
Guardei-te o olhar
e o jeito da tua boca entreaberta
de sorrisos suspensos
quando me enlaçaste na dança
e me arrastaste nos passos
esvoaçantes dum ritmo "caribeño"
que me fez entrar na noite
Quando as luzes se apagaram
guardei o teu perfume
e o sussurro do teu respirar
mas tão ao de leve
que o amanhecer o levou
como vento suão
aquecendo uma manhã de Verão.
MIA
25 Jun 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
O que será?
Que melaço é este
a escorrer-me do peito?
Será amor ou melancolia
de ser estrela da tarde?
Diz-me ao ouvido
sussurra-me
abraça-me forte
e beija-me de novo
porque não quero esquecer.
MIA
22 Jun 2001
a escorrer-me do peito?
Será amor ou melancolia
de ser estrela da tarde?
Diz-me ao ouvido
sussurra-me
abraça-me forte
e beija-me de novo
porque não quero esquecer.
MIA
22 Jun 2001
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Onde anda a poesia?
Será que o poema
só pode falar de amor,
de encontros e desencontros?
E daqueles olhos negros
sepultados todos os dias,
não se pode fazer poesia?
E dos vulcões purulentos
fervilhando por entre a pele,
não se pode escrever?
Que o poeta não seja cego,
surdo, mudo ou castrado,
quando vomita a palavra
mesmo que provoque azia.
MIA
20 Jun 2011
só pode falar de amor,
de encontros e desencontros?
E daqueles olhos negros
sepultados todos os dias,
não se pode fazer poesia?
E dos vulcões purulentos
fervilhando por entre a pele,
não se pode escrever?
Que o poeta não seja cego,
surdo, mudo ou castrado,
quando vomita a palavra
mesmo que provoque azia.
MIA
20 Jun 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Pela cidade
Há quanto tempo
não te acariciam as palavras?
Há quanto tempo
não te brilham esses olhos
de peixe fora de água?
Há quanto tempo
rastejas na sarjeta
da cidade em movimento?
Há quanto tempo
te deixaste escolher
para atormentar consciências?
E por quanto tempo mais
vais esperar pela liberdade
de morrer no próprio vómito?
MIA
Ponta Delgada
15 Jun 2011
não te acariciam as palavras?
Há quanto tempo
não te brilham esses olhos
de peixe fora de água?
Há quanto tempo
rastejas na sarjeta
da cidade em movimento?
Há quanto tempo
te deixaste escolher
para atormentar consciências?
E por quanto tempo mais
vais esperar pela liberdade
de morrer no próprio vómito?
MIA
Ponta Delgada
15 Jun 2011
sábado, 4 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Como quisera, meu amor
Quisera o teu peito dourado
em abraços feitos de espuma
navegando por entre o mar
Quisera fazer do teu corpo
a minha cama de seda
mas quase sempre desfeita
Quisera, meu amor,
passar além do Bojador
a deixar-me morrer na mesma praia.
MIA
1 Jun 2011
em abraços feitos de espuma
navegando por entre o mar
Quisera fazer do teu corpo
a minha cama de seda
mas quase sempre desfeita
Quisera, meu amor,
passar além do Bojador
a deixar-me morrer na mesma praia.
MIA
1 Jun 2011
domingo, 22 de maio de 2011
Hoje
Hoje não quero
fazer um poema de amor
São quase sempre de dor
Hoje quero
sussurrar palavras soltas de pecado
às portas dum vale vibrante de sentidos
Hoje só quero amar
como se há muito te não visse...
MIA
22 Maio 2011
fazer um poema de amor
São quase sempre de dor
Hoje quero
sussurrar palavras soltas de pecado
às portas dum vale vibrante de sentidos
Hoje só quero amar
como se há muito te não visse...
MIA
22 Maio 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Para a minha amiga Beta
Dói-me, sempre que te dói
e são as tuas lágrimas
que me salgam a boca
quando rolam dos teus olhos
enevoados de passado
Tomara que as minhas asas
te levassem um abraço
rodeado de amizade
e o sorriso dum beijo
que tantas vezes é amargo
Mando-te um poema
um insignificante poema
que guardarás ou não.
Um beijo
MIA
21 Maio 2011
e são as tuas lágrimas
que me salgam a boca
quando rolam dos teus olhos
enevoados de passado
Tomara que as minhas asas
te levassem um abraço
rodeado de amizade
e o sorriso dum beijo
que tantas vezes é amargo
Mando-te um poema
um insignificante poema
que guardarás ou não.
Um beijo
MIA
21 Maio 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Dor
Daquele corpo
consumido por um vulcão
já nada restava
a não ser dois cristais
direccionados à porta
por onde entrava a luz
que lhe segurava a vida
À hora marcada
um regaço de malmequeres
irradiou pelo quarto
que pétala a pétala
ela desfolhou na sua boca
num gesto de bem querer
Deixou rolar uma lágrima
daqueles olhos nunca gastos de amor
tossiu de comoção
e num último esgar deixou-se partir
Ela deu-lhe a beber o último mel
no meio dum abraço
que um arrepio fez estremecer
e num derradeiro esforço
arrastando-se como se não tivesse pés
tocou a campainha pela última vez
e deixou que lho levassem
MIA
20 Maio 2011
consumido por um vulcão
já nada restava
a não ser dois cristais
direccionados à porta
por onde entrava a luz
que lhe segurava a vida
À hora marcada
um regaço de malmequeres
irradiou pelo quarto
que pétala a pétala
ela desfolhou na sua boca
num gesto de bem querer
Deixou rolar uma lágrima
daqueles olhos nunca gastos de amor
tossiu de comoção
e num último esgar deixou-se partir
Ela deu-lhe a beber o último mel
no meio dum abraço
que um arrepio fez estremecer
e num derradeiro esforço
arrastando-se como se não tivesse pés
tocou a campainha pela última vez
e deixou que lho levassem
MIA
20 Maio 2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Alma
Oh alma despudorada
desalmadamente despudorada
quando cantas as palavras
silenciadas para lá do tempo
Deixa-te embalar
pela ténue luz do sol pôr
e finge adormecer
entoando canções de aurora
mesmo que a cloaca do céu desabe em ti
MIA
19 Maio 2011
desalmadamente despudorada
quando cantas as palavras
silenciadas para lá do tempo
Deixa-te embalar
pela ténue luz do sol pôr
e finge adormecer
entoando canções de aurora
mesmo que a cloaca do céu desabe em ti
MIA
19 Maio 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Um poema só
Sentir-te no meu poema
quando as noites
partem de tão cedo
é como despir o sol
do meu corpo enregelado
e deixar-me morrer de frio
Sentir-te no meu poema
nada é mais que lembrar
que ainda não tinha esquecido
MIA
18 Maio 2011
quando as noites
partem de tão cedo
é como despir o sol
do meu corpo enregelado
e deixar-me morrer de frio
Sentir-te no meu poema
nada é mais que lembrar
que ainda não tinha esquecido
MIA
18 Maio 2011
Sem eco
Ululava palavras
que ninguém ouvia
e o eco espalhava-se
miseravelmente só
rodeado de hienas
pavoneando-se
num vale de vaidades
E de tanto gritar
tornou-se silêncio.
MIA
18 Maio 2011
que ninguém ouvia
e o eco espalhava-se
miseravelmente só
rodeado de hienas
pavoneando-se
num vale de vaidades
E de tanto gritar
tornou-se silêncio.
MIA
18 Maio 2011
Aquela Mulher
Arrastava os pés pelos dias
levada por uma torrente de lama
que a noite invariàvelmente trazia
No peito deslizavam icebergs
que o rosto escondia
atrás de nódoas coloridas
Já não passava, só ia,
até que um dia
a morte abraçou-a de ternura
e pela última vez
entregou-se nos seus braços
como há muito o não fazia
MIA
18 Maio 2011
levada por uma torrente de lama
que a noite invariàvelmente trazia
No peito deslizavam icebergs
que o rosto escondia
atrás de nódoas coloridas
Já não passava, só ia,
até que um dia
a morte abraçou-a de ternura
e pela última vez
entregou-se nos seus braços
como há muito o não fazia
MIA
18 Maio 2011
Carcaça
De membros arrancados
rebolava-se na dor
que há muito a amputara
Era só um corpo
sem face nem olhos
e de boca despovoada
onde cobras espreitavam
logo ao amanhecer
Restava-lhe
uma carcaça adormecida
onde jamais renasceriam flores
quando os pólens se cruzassem
nos ventos da Primavera
Há muito se deixara perder
no sono duma ausência
tão longa como a distância
MIA
18 Maio 2011
rebolava-se na dor
que há muito a amputara
Era só um corpo
sem face nem olhos
e de boca despovoada
onde cobras espreitavam
logo ao amanhecer
Restava-lhe
uma carcaça adormecida
onde jamais renasceriam flores
quando os pólens se cruzassem
nos ventos da Primavera
Há muito se deixara perder
no sono duma ausência
tão longa como a distância
MIA
18 Maio 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Disfarce
Naquele dia, saíu à rua
vestida da côr do amor
mas de tão apressada
esqueceu-se de mudar o olhar
que escondeu triste por trás dos óculos
Estava mais bonita
mas mesmo assim recuava nos abraços
No regresso à noitinha
correu para casa
deixando a côr pelo caminho
e como feto abortado de ilusão
deixou-se afogar em golfadas de tristeza.
MIA
10 Maio 2011
vestida da côr do amor
mas de tão apressada
esqueceu-se de mudar o olhar
que escondeu triste por trás dos óculos
Estava mais bonita
mas mesmo assim recuava nos abraços
No regresso à noitinha
correu para casa
deixando a côr pelo caminho
e como feto abortado de ilusão
deixou-se afogar em golfadas de tristeza.
MIA
10 Maio 2011
a morte dos sonhos
Morrem os sonhos
ensombrados de nuvens
quando nasce o dia
vestido de cinza
Escorrem de desânimo
por vidraças húmidas
silenciados de preces
há muito emudecidas
São a dor rastejando
sem vértebras
pisada por blocos de betão
quebrado como asas de cisne
MIA
9 Maio 2011
ensombrados de nuvens
quando nasce o dia
vestido de cinza
Escorrem de desânimo
por vidraças húmidas
silenciados de preces
há muito emudecidas
São a dor rastejando
sem vértebras
pisada por blocos de betão
quebrado como asas de cisne
MIA
9 Maio 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Vai e vem
Meu amor de Primavera
amassa-me o corpo
vazio das tuas mãos
enquanto bafejas palavras
duma saudade adormecida
Quando partires de novo
sentar-me-ei à tua espera
de manhã, à tarde, ou à noitinha
no meu jardim d'Inverno
onde as flores são o arco-íris
E não te percas
para que as pétalas não caiam
nem a cor se desvaneça de mim.
Beijo
MIA
6 Maio 2011
amassa-me o corpo
vazio das tuas mãos
enquanto bafejas palavras
duma saudade adormecida
Quando partires de novo
sentar-me-ei à tua espera
de manhã, à tarde, ou à noitinha
no meu jardim d'Inverno
onde as flores são o arco-íris
E não te percas
para que as pétalas não caiam
nem a cor se desvaneça de mim.
Beijo
MIA
6 Maio 2011
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Cansaço
Diáriamente me invento
para que a respiração
cadenciada do meu peito
atravesse a opacidade
de muralhas intransponíveis
construídas num vai e vem
de olhares perdidos de desassossego
São dias tão iguais
que de diferentes tem o macabro
de horas passadas em torres
de espanto e agonia
sacudidas por sinos de igreja
que lembram o esquecimento
de vidas há muito perdidas
E como as flores
abortadas na primavera
esvoaço por escuros caminhos
fechando os olhos adormecidos
dum cansaço feito noite
até me inventar num novo dia
MIA
5 Maio 2011
para que a respiração
cadenciada do meu peito
atravesse a opacidade
de muralhas intransponíveis
construídas num vai e vem
de olhares perdidos de desassossego
São dias tão iguais
que de diferentes tem o macabro
de horas passadas em torres
de espanto e agonia
sacudidas por sinos de igreja
que lembram o esquecimento
de vidas há muito perdidas
E como as flores
abortadas na primavera
esvoaço por escuros caminhos
fechando os olhos adormecidos
dum cansaço feito noite
até me inventar num novo dia
MIA
5 Maio 2011
sábado, 30 de abril de 2011
Quando o amor é azul
Meu amor
tanto de nada sou
quando sufoco nos teus braços
musculados de marés altas
e me deixo levar pela noite
equatorial dos sentidos
Tanto de nada sou
meu amor
quando tudo é tanto
o que voando sentimos
e nos desfazemos na praia
de lençóis feitos espuma
Tanto de nós é tudo
quando o amor é azul
MIA
30 Abril 2011
tanto de nada sou
quando sufoco nos teus braços
musculados de marés altas
e me deixo levar pela noite
equatorial dos sentidos
Tanto de nada sou
meu amor
quando tudo é tanto
o que voando sentimos
e nos desfazemos na praia
de lençóis feitos espuma
Tanto de nós é tudo
quando o amor é azul
MIA
30 Abril 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
25 Abril 1974/2011
Já não sei se terias nascido
nesse secreto amanhecer
se a guerra não tivesse levado
os filhos que tanta falta faziam
Do troar da canção
nasceu um país de esperança
no coração dum povo
vestido de cravos vermelhos
sem tempo para morrer
Mas tal como as flores
neste jardim de Abril plantado
os sonhos morrem de côr
no meu país de todos os dias
onde o trigo é o inverso do sol
Renovem-se as canções
dum país há muito sonhado
onde os vampiros se acoitam
por trás de opacas vidraças.
MIA
25 Abril 2011
nesse secreto amanhecer
se a guerra não tivesse levado
os filhos que tanta falta faziam
Do troar da canção
nasceu um país de esperança
no coração dum povo
vestido de cravos vermelhos
sem tempo para morrer
Mas tal como as flores
neste jardim de Abril plantado
os sonhos morrem de côr
no meu país de todos os dias
onde o trigo é o inverso do sol
Renovem-se as canções
dum país há muito sonhado
onde os vampiros se acoitam
por trás de opacas vidraças.
MIA
25 Abril 2011
Aquele 25 de Abril tão triste
Corri como há muito não fazia
julgando que o teu abraço
aberto de saudade
ainda me esperaria
Mas cheguei tão tarde
que só o gelo do teu corpo
pude sentir nas minhas mãos
quando tocaram a cruz das tuas
O silêncio fez-se pranto
e num desfazer de lágrimas
nada mais me restou
que molhar-te o rosto
já guardado numa caixa
que não era de cristal
Ficou-me a dor
das palavras que não ouviste
naquele dia 25 de Abril
que se encheu de flores
para te ver partir
E já foi há tanto tempo
e por tanto tempo
que ainda hoje
me embrulho de saudade.
Um beijo
MIA
25 Abril 2011
julgando que o teu abraço
aberto de saudade
ainda me esperaria
Mas cheguei tão tarde
que só o gelo do teu corpo
pude sentir nas minhas mãos
quando tocaram a cruz das tuas
O silêncio fez-se pranto
e num desfazer de lágrimas
nada mais me restou
que molhar-te o rosto
já guardado numa caixa
que não era de cristal
Ficou-me a dor
das palavras que não ouviste
naquele dia 25 de Abril
que se encheu de flores
para te ver partir
E já foi há tanto tempo
e por tanto tempo
que ainda hoje
me embrulho de saudade.
Um beijo
MIA
25 Abril 2011
sábado, 23 de abril de 2011
Um sonho de Páscoa adormecido
O sonho não acordou hoje
da névoa que esperava o tempo
e ficou adormecido
como o céu em plena Páscoa de Abril
Embalado nos meus braços
paralisados de carinho
deixei-o dormir
como se amanhã não houvesse
e o chão se abrisse
em cratera de vulcão adormecido
Estava cansado de mim
e eu cansada de sonhar...
MIA
23 Abril 2011
da névoa que esperava o tempo
e ficou adormecido
como o céu em plena Páscoa de Abril
Embalado nos meus braços
paralisados de carinho
deixei-o dormir
como se amanhã não houvesse
e o chão se abrisse
em cratera de vulcão adormecido
Estava cansado de mim
e eu cansada de sonhar...
MIA
23 Abril 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Um poema de Páscoa
Vou-te falar dum segredo
que sendo só meu
posso contar ao vento
É daquele poema guardado
numa caixinha de cristal
que quando lhe dou corda
liberta a bailarina feliz
que roda, roda sem parar
Já sei de cor as palavras
e como Margot enfeitiçada
deixo-me levar pela música
embrulhada nos teus braços
até o dia nascer
De tanto rodopiar
cai o suor dos meus olhos
que gota a gota
molha o tule do meu vestido
que o tempo teima em rasgar
É o segredo que guardo
dum poema de Páscoa
na caixinha de música
que há muito tempo me deste
e que às vezes ponho a tocar
MIA
21 Abril 2011
que sendo só meu
posso contar ao vento
É daquele poema guardado
numa caixinha de cristal
que quando lhe dou corda
liberta a bailarina feliz
que roda, roda sem parar
Já sei de cor as palavras
e como Margot enfeitiçada
deixo-me levar pela música
embrulhada nos teus braços
até o dia nascer
De tanto rodopiar
cai o suor dos meus olhos
que gota a gota
molha o tule do meu vestido
que o tempo teima em rasgar
É o segredo que guardo
dum poema de Páscoa
na caixinha de música
que há muito tempo me deste
e que às vezes ponho a tocar
MIA
21 Abril 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Recado
Jamais poderia amar a tua paleta
se nela não vislumbro o arco-íris
e o azul que pintas é tão igual
que é sempre em cinza que te leio
Rastejas por páginas virgens
que maculas de presenças
e sussurras gritos de coisa nenhuma
Pintas palavras a uma só cor
abanas as asas para te mostrar
só que não sabes voar...
E nós a termos de te aturar!
MIA
20 Abril 2011
se nela não vislumbro o arco-íris
e o azul que pintas é tão igual
que é sempre em cinza que te leio
Rastejas por páginas virgens
que maculas de presenças
e sussurras gritos de coisa nenhuma
Pintas palavras a uma só cor
abanas as asas para te mostrar
só que não sabes voar...
E nós a termos de te aturar!
MIA
20 Abril 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Todos os dias
Todos os dias me deito
voando ao encontro da lua
que foge desesperadamente
ao encontro dum novo dia
Todos os dias me levanto
e me arrasto
e me desdenho
e me culpo
e me visto de pele de cordeiro
para morrer na Páscoa
a uma mesa desfeita de afectos
Todos os dias me desfaço
como o mar em plena praia
E todos os dias eu volto
ainda que queira partir...
MIA
19 Abril 2011
voando ao encontro da lua
que foge desesperadamente
ao encontro dum novo dia
Todos os dias me levanto
e me arrasto
e me desdenho
e me culpo
e me visto de pele de cordeiro
para morrer na Páscoa
a uma mesa desfeita de afectos
Todos os dias me desfaço
como o mar em plena praia
E todos os dias eu volto
ainda que queira partir...
MIA
19 Abril 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Que mais te posso dar?
Que posso eu dar-te
meu País esventrado
de fortuna e valores
se nada tenho além da palavra?
Paralisa-me como um grito
esse catecter enfiado nas veias
que te faz respirar em soluços
de olhar à volta e nada ver
Há muito te dei os cravos
e as rosas
e os botões de açucena
e os filhos pálidos de futuro...
Que mais te posso dar
para que não morras
como um velho há muito esquecido
se já nada tenho
além do orgulho de ser português?
Um novo Abril?
MIA
11 Abril 2011
meu País esventrado
de fortuna e valores
se nada tenho além da palavra?
Paralisa-me como um grito
esse catecter enfiado nas veias
que te faz respirar em soluços
de olhar à volta e nada ver
Há muito te dei os cravos
e as rosas
e os botões de açucena
e os filhos pálidos de futuro...
Que mais te posso dar
para que não morras
como um velho há muito esquecido
se já nada tenho
além do orgulho de ser português?
Um novo Abril?
MIA
11 Abril 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
As minhas mãos
Oh
Se das minhas mãos
saíssem palavras
levá-las-ia o vento
ao encontro do mar
Se das minhas mãos
nascesse a fartura
cresceriam celeiros
sem nunca acabar
Se das minhas mãos
brotasse o amor
jamais as crianças
haveriam de chorar
Se das minhas mãos
voasse a ternura
todos os velhos
teriam a quem amar
Se das minhas mãos
pudesse nascer o sol
só haveria luz
e o mundo seria melhor
Mas as minhas mãos
estão tristes e caladas
porque há muito caíram
mortas de cansaço
MIA
8 Abril 2011
Se das minhas mãos
saíssem palavras
levá-las-ia o vento
ao encontro do mar
Se das minhas mãos
nascesse a fartura
cresceriam celeiros
sem nunca acabar
Se das minhas mãos
brotasse o amor
jamais as crianças
haveriam de chorar
Se das minhas mãos
voasse a ternura
todos os velhos
teriam a quem amar
Se das minhas mãos
pudesse nascer o sol
só haveria luz
e o mundo seria melhor
Mas as minhas mãos
estão tristes e caladas
porque há muito caíram
mortas de cansaço
MIA
8 Abril 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Naufrágio
Mergulho em ti
como náufrago à deriva
em marés que de tão altas
rondam o infinito
e vou morrer
naquela praia longínqua
onde a espuma
que me sai da boca
é a rebentação do mar
A areia molhada
é o que resta dos meus olhos
MIA
7 Abril 2011
como náufrago à deriva
em marés que de tão altas
rondam o infinito
e vou morrer
naquela praia longínqua
onde a espuma
que me sai da boca
é a rebentação do mar
A areia molhada
é o que resta dos meus olhos
MIA
7 Abril 2011
terça-feira, 5 de abril de 2011
Só o presente
Por cada olhar teu
respirarei um poema
que tornará mais fértil
a doce madrugada
e na troca dum beijo
renascerá o sol
da manhã feita desejo
Por cada olhar meu
passará uma nuvem
disfarçada de esperança
que encerrará meus olhos
para que não leias
Por cada dia nosso
um presente sem futuro
MIA
5 Abril 2011
respirarei um poema
que tornará mais fértil
a doce madrugada
e na troca dum beijo
renascerá o sol
da manhã feita desejo
Por cada olhar meu
passará uma nuvem
disfarçada de esperança
que encerrará meus olhos
para que não leias
Por cada dia nosso
um presente sem futuro
MIA
5 Abril 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Do outro lado
Tão escuro por aqui...
E este silêncio
de que tanto fugi
é que me veste
Não há rostos
nem mãos acenando
só corpos feitos pó voando
Os olhos
já não são olhos
só pirilampos difusos
Os corações partidos
deixaram de bater
os úteros de parir
e os varões
já nem são assinalados
Toca-me um arrepio
Serás tu?
Esvoaço
na procura do teu cheiro
e não encontro
Pela primeira vez
desisto
Vou descansar em paz...
MIA
30 Mars 2011
E este silêncio
de que tanto fugi
é que me veste
Não há rostos
nem mãos acenando
só corpos feitos pó voando
Os olhos
já não são olhos
só pirilampos difusos
Os corações partidos
deixaram de bater
os úteros de parir
e os varões
já nem são assinalados
Toca-me um arrepio
Serás tu?
Esvoaço
na procura do teu cheiro
e não encontro
Pela primeira vez
desisto
Vou descansar em paz...
MIA
30 Mars 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Instabilidade
Aprendi
no cansaço das horas
a instabilidade do tempo
É a chuva que cai
e o vento que passa
arrancando a pequena flor
dos braços de sua mãe
É o sol ausente
de ainda não ter chegado
É a lágrima
banhando um rosto de mulher
É a dor cinzenta
sem tempo para sorrir
É o mau tempo
acampado no jardim da Primavera
dum país sem norte...
MIA
28 Mars 2011
no cansaço das horas
a instabilidade do tempo
É a chuva que cai
e o vento que passa
arrancando a pequena flor
dos braços de sua mãe
É o sol ausente
de ainda não ter chegado
É a lágrima
banhando um rosto de mulher
É a dor cinzenta
sem tempo para sorrir
É o mau tempo
acampado no jardim da Primavera
dum país sem norte...
MIA
28 Mars 2011
domingo, 27 de março de 2011
Sem SOL
Manda-me um beijo
embrulhado pelas nuvens
mas manda-me um beijo
Um beijo
que preencha o tempo
da hora desaparecida
e que não sei
se voltarei a encontrar
Só queria um beijo
pendurado num raio
que me aquecesse a alma
fria e deserta de ti.
MIA
27 Mars 2011
embrulhado pelas nuvens
mas manda-me um beijo
Um beijo
que preencha o tempo
da hora desaparecida
e que não sei
se voltarei a encontrar
Só queria um beijo
pendurado num raio
que me aquecesse a alma
fria e deserta de ti.
MIA
27 Mars 2011
sábado, 26 de março de 2011
Amargura
Esta amargura
esta dor que me dói de tão pura
nasce quando morre o dia
Banho de mel envenenado
em pele seca que já não cabe
num corpo pretérito de perfeito
Uma amargura travestida
de sinfonia de dias sem sol
MIA
26 Mars 2011
esta dor que me dói de tão pura
nasce quando morre o dia
Banho de mel envenenado
em pele seca que já não cabe
num corpo pretérito de perfeito
Uma amargura travestida
de sinfonia de dias sem sol
MIA
26 Mars 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
Para ti
Queria ser eu
mesmo que o céu desabasse em mim
Partir do que de mim ficou
com todo o tempo para ficar
Queria voltar a ser eu
para te ver de novo chegar
ainda que me possas partir
MIA
22 Mars 2011
mesmo que o céu desabasse em mim
Partir do que de mim ficou
com todo o tempo para ficar
Queria voltar a ser eu
para te ver de novo chegar
ainda que me possas partir
MIA
22 Mars 2011
Só um poema
Habito o meu poema
a quem abro portas e janelas
e luzes de amanhecer
Hoje um poema colorido
amanhã escrito na noite mais triste
Só um poema
do silêncio que não calo
na raiz do pensamento
MIA
22 Mars 2011
a quem abro portas e janelas
e luzes de amanhecer
Hoje um poema colorido
amanhã escrito na noite mais triste
Só um poema
do silêncio que não calo
na raiz do pensamento
MIA
22 Mars 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
Promessa
Leva-me contigo
por caminhos não traçados
para ouvir a tua voz
dizer o poema que não li
Leva-me contigo
num sussurro de palavras
feitas pura madrugada
até a manhã acordar
Leva-me sempre contigo
de manhã ou à tardinha
e dar-te-ei a estrela maior.
MIA
16 Mars 2011
por caminhos não traçados
para ouvir a tua voz
dizer o poema que não li
Leva-me contigo
num sussurro de palavras
feitas pura madrugada
até a manhã acordar
Leva-me sempre contigo
de manhã ou à tardinha
e dar-te-ei a estrela maior.
MIA
16 Mars 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
Pelo Japão
Minha alma
minha janela aberta ao mundo
por onde passam nuvens negras
mais negras do que quem passa
Recolhe-te nesta hora
onde todas as horas que passam
são interrogações prementes
de tudo o que acontece
Fica com uma prece
em honra dos que partiram
e aos que ficaram
estende-lhes a mão solidária
Que dos seus olhos tristes
caia o pano em pleno palco
para renascer a esperança
desfeita pela tragédia
E ainda que a vida continue
nada mais será igual...
MIA
15 Mars 2011
minha janela aberta ao mundo
por onde passam nuvens negras
mais negras do que quem passa
Recolhe-te nesta hora
onde todas as horas que passam
são interrogações prementes
de tudo o que acontece
Fica com uma prece
em honra dos que partiram
e aos que ficaram
estende-lhes a mão solidária
Que dos seus olhos tristes
caia o pano em pleno palco
para renascer a esperança
desfeita pela tragédia
E ainda que a vida continue
nada mais será igual...
MIA
15 Mars 2011
sábado, 12 de março de 2011
Um cheiro de Primavera
Eriçou-me a pele
esse teu cheiro
que me aqueceu o olhar
A languidez do teu abraço
embrulhou-me de azul
e levou-me
até o pecado desabar em mim
Sequei o rosto
lavado de águas mil
e corri trémula
à procura do teu colo
de Primavera anunciada
Senti-me enganada
e tive tanto frio...
MIA
12 Jun. 2011
esse teu cheiro
que me aqueceu o olhar
A languidez do teu abraço
embrulhou-me de azul
e levou-me
até o pecado desabar em mim
Sequei o rosto
lavado de águas mil
e corri trémula
à procura do teu colo
de Primavera anunciada
Senti-me enganada
e tive tanto frio...
MIA
12 Jun. 2011
domingo, 6 de março de 2011
À espera da Primavera
Já nada sou
A minha alma
vagueia para lá do vento
que transformou
meu corpo em infinito
Já nada tenho
Além da dor
arrefecida de saudade
presa ao gelo
envidraçado duma lágrima
Já nada quero
A não ser voltar
no anunciar da Primavera
MIA
6 Mars 2011
A minha alma
vagueia para lá do vento
que transformou
meu corpo em infinito
Já nada tenho
Além da dor
arrefecida de saudade
presa ao gelo
envidraçado duma lágrima
Já nada quero
A não ser voltar
no anunciar da Primavera
MIA
6 Mars 2011
cegueira
Por favor
não desabem dos teus olhos
as tempestades mais tristes
Para isso
bastam os meus que cegaram
de tanto olhar o arco-íris
E hoje
só de lentes coloridas
consigo olhar o céu
MIA
6 Mars 2011
não desabem dos teus olhos
as tempestades mais tristes
Para isso
bastam os meus que cegaram
de tanto olhar o arco-íris
E hoje
só de lentes coloridas
consigo olhar o céu
MIA
6 Mars 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
Palavras
Renasceste dum poema
há muito morto de saudade
Foste presença
em noites de insónia
que amanhecer
era o ter de respirar
Foste ausência
que tardou nos fins de tarde
e que me fazia
querer partir com o Sol
Foste amputação
das minhas palavras
feitas silêncio
ecoando nos meus passos
Foste o que ninguém viu
Hoje és só um poema
sem vértebras
rastejando
como se não tivesses pés
Amanhã
já nada mais serás
além da vontade de te ler.
MIA
4 Mars 2011
há muito morto de saudade
Foste presença
em noites de insónia
que amanhecer
era o ter de respirar
Foste ausência
que tardou nos fins de tarde
e que me fazia
querer partir com o Sol
Foste amputação
das minhas palavras
feitas silêncio
ecoando nos meus passos
Foste o que ninguém viu
Hoje és só um poema
sem vértebras
rastejando
como se não tivesses pés
Amanhã
já nada mais serás
além da vontade de te ler.
MIA
4 Mars 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
Sempre escreverei ao AMOR
Oh meu amor
tão nua que andava...
Quando hoje
deixei que me despisses de pólen
e me embrulhasses de alfazema
respiramos Primavera
como se há muito não fosse.
E gostei
do brilho da nossa pele!
MIA
2 Mars 2011
tão nua que andava...
Quando hoje
deixei que me despisses de pólen
e me embrulhasses de alfazema
respiramos Primavera
como se há muito não fosse.
E gostei
do brilho da nossa pele!
MIA
2 Mars 2011
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Para uma Mãe
De veias entupidas de pranto
arrasta-se como se não tivesse pés
Já nem sente o abraço amigo
que lhe limpa a alma em ferida
Soluça-lhe a pele
gotejando ao sabor da maré
trazendo-lhe a certeza
que dor maior que parir
é ver um filho partir cedo demais
MIA
28 Fevº 2011
arrasta-se como se não tivesse pés
Já nem sente o abraço amigo
que lhe limpa a alma em ferida
Soluça-lhe a pele
gotejando ao sabor da maré
trazendo-lhe a certeza
que dor maior que parir
é ver um filho partir cedo demais
MIA
28 Fevº 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Ás vezes
Ontem
quis ver-te
mas mal brilhavas
escondido pelas nuvens
Hoje
quis falar-te
mas de tão débil
a boca não se abriu
Para quê procurar-te
se és uma sombra?
Não desisto
desse silêncio/escuridão
mas ás vezes
viro costas
e fico cega, surda e muda.
MIA
25 Fevº 2011
quis ver-te
mas mal brilhavas
escondido pelas nuvens
Hoje
quis falar-te
mas de tão débil
a boca não se abriu
Para quê procurar-te
se és uma sombra?
Não desisto
desse silêncio/escuridão
mas ás vezes
viro costas
e fico cega, surda e muda.
MIA
25 Fevº 2011
Quem és tu?
Mulher
quem és tu
que sempre que falas de amor
caem lágrimas do teu peito?
Desististe da emoção?
Não?
Então porquê
a aridez do teu rosto?
Adormece a dor
ainda que grite
e por momentos sorri
porque não estás só!
MIA
25 Fevº 2011
quem és tu
que sempre que falas de amor
caem lágrimas do teu peito?
Desististe da emoção?
Não?
Então porquê
a aridez do teu rosto?
Adormece a dor
ainda que grite
e por momentos sorri
porque não estás só!
MIA
25 Fevº 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
ainda que...
Ainda que faminta
resisti ao teu olhar
e passeei-me por mares
navegados de estrelas
Ainda que triste
sorri ao luar
e da noite fiz
a mais linda madrugada
E ainda
que não seja Primavera
acariciei o teu rosto pálido
respirei fundo e voei!
MIA
23 Fevº 2011
resisti ao teu olhar
e passeei-me por mares
navegados de estrelas
Ainda que triste
sorri ao luar
e da noite fiz
a mais linda madrugada
E ainda
que não seja Primavera
acariciei o teu rosto pálido
respirei fundo e voei!
MIA
23 Fevº 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
surpresa
Apareci
de surpresa no teu olhar
e foi tão de repente
que encerraste os olhos para me não ver
Só que
o tremor das tuas mão traíu-te
e então
guardei-te o beijo que esperavas
Cabisbaixo
coraste
mas não sorriste...
MIA
22 Fevº 2011
de surpresa no teu olhar
e foi tão de repente
que encerraste os olhos para me não ver
Só que
o tremor das tuas mão traíu-te
e então
guardei-te o beijo que esperavas
Cabisbaixo
coraste
mas não sorriste...
MIA
22 Fevº 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Por aí...
Arrastavam-se os meus olhos
pelo teu corpo feito ocaso
quando percebi
quão precoce te deixaste partir
Do teu olhar sem idade
brilhava a ausência
indiferente ao cair duma chuva
que há muito te vestia de negro
Já nem sombra eras...
Malditas as papoilas da tua agonia.
MIA
20 Fevº 2011
pelo teu corpo feito ocaso
quando percebi
quão precoce te deixaste partir
Do teu olhar sem idade
brilhava a ausência
indiferente ao cair duma chuva
que há muito te vestia de negro
Já nem sombra eras...
Malditas as papoilas da tua agonia.
MIA
20 Fevº 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Ausência
Vestiria
a poeira dos teus passos
na noite engalanada de estrelas
Despiria
o teu olhar cintilante
mesmo que nevasse lá fora
Seria de novo tua
ainda que soubesse
ser pela última vez
Mas já não me visto
nem me dispo
porque tu já não estás
MIA
17 Fevº 2011
a poeira dos teus passos
na noite engalanada de estrelas
Despiria
o teu olhar cintilante
mesmo que nevasse lá fora
Seria de novo tua
ainda que soubesse
ser pela última vez
Mas já não me visto
nem me dispo
porque tu já não estás
MIA
17 Fevº 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Escuridão
O mais profundo de mim
é o mar
Hoje tenebroso
amanhã talvez sereno
mas sempre agitado
Pareço lua
à procura das estrelas
logo hoje que não há luar
MIA
16 Fevº 2011
é o mar
Hoje tenebroso
amanhã talvez sereno
mas sempre agitado
Pareço lua
à procura das estrelas
logo hoje que não há luar
MIA
16 Fevº 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Uma carta de amor
Carta de Amor
Passatempo Clube dos Poetas Vivos (para dia de S. Valentin 2011)
"Uma carta de amor que nunca lerás"
Meu amor,
maldito aquele dia de Verão, em que tive a notícia da tua morte.
De repente o Sol fez-se noite e o meu coração, de tão apertado que ficou, quase deixou de bater.
Desculpa só ter percebido nessa hora o quanto te amava e o tanto que a tua perda me faria sofrer ao longo de toda a minha vida.Ainda hoje e ao fim de tanto tempo, sinto que este amor só foi interrompido e talvez um dia, não sem bem onde, nos voltaremos a encontrar para retomar o que nos roubaram de viver.
Quantas vezes ao olhar-me no espelho, me sinto presa no teu abraço e imagino o teu rosto por trás do meu, sorrindo no horizonte do teu olhar. E é então aí, que percebo sempre que o único que não envelheceu foste tu. E tenho cada vez mais pena!
Recordo a nossa despedida no cais, em que a neblina descia do nosso olhar e tu, ternamente me soltaste os cabelos, para escondermos os beijos sôfregos que não queríamos que ninguém visse, porque os tempos eram outros e o pudor de mostrar o que sentíamos era muito. Como se alguém à nossa volta se importasse com isso, uma vez que a despedida para a guerra era de todos e não só de nós.
Abraçavam-te os teus pais, os teus irmãos e tu sem nunca me largares, ali bem junto ao teu peito ouvindo o soluçar do teu coração, que escondias no sorriso e na promessa de voltares, mesmo que não fosse inteiro. E é essa imagem que perdura nos meus olhos até hoje. A despedida que não queríamos que acontecesse.
Depois foram as cartas e os aerogramas onde jurávamos amor eterno, que a ti te davam força e a mim, me faziam crescer rápido por ser ainda tão nova.
Até que um dia a tragédia aconteceu e a notícia espalhou-se mais rápido que o vento. Ficaria para sempre o incumprimento da tua promessa de voltares ao meus braços. Voltaste sim meu amor, mas envolto numa bandeira sangrando de cor e onde o verde da esperança já tinha desaparecido.
Houve uma nova despedida e desta vez deixei partir contigo um pedaço de mim, que tornou o meu olhar mais triste.
Demorei tempo para me encontrar e já se gritava liberdade quando voltei de novo a amar, sem saber muito bem a quem amava. Acabava sempre por sentir que só interromperam o nosso amor e que poderia ser reatado no tempo em qualquer momento, mas a realidade era bem diferente.
Quis amar desenfreadamente e perdi amores, amaram-me perdidamente e perdidos ficaram, até que me encontrei quando os filhos que não tivemos cresceram e me fizeram mais estável.
Mas ainda hoje meu amor, quando penso em escrever uma carta de amor, é sempre para ti que escrevo, mesmo sabendo que jamais a lerás e não preciso prometer nada, porque o meu amor por ti será eterno.
MIA
9 Fevº 2011
Passatempo Clube dos Poetas Vivos (para dia de S. Valentin 2011)
"Uma carta de amor que nunca lerás"
Meu amor,
maldito aquele dia de Verão, em que tive a notícia da tua morte.
De repente o Sol fez-se noite e o meu coração, de tão apertado que ficou, quase deixou de bater.
Desculpa só ter percebido nessa hora o quanto te amava e o tanto que a tua perda me faria sofrer ao longo de toda a minha vida.Ainda hoje e ao fim de tanto tempo, sinto que este amor só foi interrompido e talvez um dia, não sem bem onde, nos voltaremos a encontrar para retomar o que nos roubaram de viver.
Quantas vezes ao olhar-me no espelho, me sinto presa no teu abraço e imagino o teu rosto por trás do meu, sorrindo no horizonte do teu olhar. E é então aí, que percebo sempre que o único que não envelheceu foste tu. E tenho cada vez mais pena!
Recordo a nossa despedida no cais, em que a neblina descia do nosso olhar e tu, ternamente me soltaste os cabelos, para escondermos os beijos sôfregos que não queríamos que ninguém visse, porque os tempos eram outros e o pudor de mostrar o que sentíamos era muito. Como se alguém à nossa volta se importasse com isso, uma vez que a despedida para a guerra era de todos e não só de nós.
Abraçavam-te os teus pais, os teus irmãos e tu sem nunca me largares, ali bem junto ao teu peito ouvindo o soluçar do teu coração, que escondias no sorriso e na promessa de voltares, mesmo que não fosse inteiro. E é essa imagem que perdura nos meus olhos até hoje. A despedida que não queríamos que acontecesse.
Depois foram as cartas e os aerogramas onde jurávamos amor eterno, que a ti te davam força e a mim, me faziam crescer rápido por ser ainda tão nova.
Até que um dia a tragédia aconteceu e a notícia espalhou-se mais rápido que o vento. Ficaria para sempre o incumprimento da tua promessa de voltares ao meus braços. Voltaste sim meu amor, mas envolto numa bandeira sangrando de cor e onde o verde da esperança já tinha desaparecido.
Houve uma nova despedida e desta vez deixei partir contigo um pedaço de mim, que tornou o meu olhar mais triste.
Demorei tempo para me encontrar e já se gritava liberdade quando voltei de novo a amar, sem saber muito bem a quem amava. Acabava sempre por sentir que só interromperam o nosso amor e que poderia ser reatado no tempo em qualquer momento, mas a realidade era bem diferente.
Quis amar desenfreadamente e perdi amores, amaram-me perdidamente e perdidos ficaram, até que me encontrei quando os filhos que não tivemos cresceram e me fizeram mais estável.
Mas ainda hoje meu amor, quando penso em escrever uma carta de amor, é sempre para ti que escrevo, mesmo sabendo que jamais a lerás e não preciso prometer nada, porque o meu amor por ti será eterno.
MIA
9 Fevº 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
O que será?
Sinto falta de alguma coisa.
Há algo que me escapa
mas que continuo à espera.
Talvez à espera
que nasça o mais forte
de todos os sentimentos
e que ainda não descobri.
É impossível
não haver algo mais
só que não sei onde está.
Morresse eu hoje
e partiria incompleta.
Porquê, não sei...
MIA
29 Janº 2011
Há algo que me escapa
mas que continuo à espera.
Talvez à espera
que nasça o mais forte
de todos os sentimentos
e que ainda não descobri.
É impossível
não haver algo mais
só que não sei onde está.
Morresse eu hoje
e partiria incompleta.
Porquê, não sei...
MIA
29 Janº 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Já se foi a Lua-Cheia
Ás vezes distraio-me
e nem dou conta
de que durante alguns dias
espreitas à minha janela
Talvez porque não me importo
do teu "voyeurismo"
nem se me despes ou desejas
Mas logo hoje
que te queria ver e falar
afastei as cortinas
e não te senti por perto
Abri a janela de par em par
debrucei-me até quase cair
e nem um raio encontrei
até que senti um arrepio
que me fez gelar e pensar
Porque sou distraída?
MIA
28 Janº 2011
e nem dou conta
de que durante alguns dias
espreitas à minha janela
Talvez porque não me importo
do teu "voyeurismo"
nem se me despes ou desejas
Mas logo hoje
que te queria ver e falar
afastei as cortinas
e não te senti por perto
Abri a janela de par em par
debrucei-me até quase cair
e nem um raio encontrei
até que senti um arrepio
que me fez gelar e pensar
Porque sou distraída?
MIA
28 Janº 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Queria
Meu amor queria ser o sol
para te disfarçar as cicatrizes
ou também o luar
para te pratear o olhar
que deambula triste e perdido
nas noites de desassossego
Queria ser o caminho
onde as montanhas
fossem searas de trigo
e os campos de papoilas
a nossa cama de desejo
nos dias quentes de Verão
Queria ser o respirar
da nossa boca feito uma
só voz de liberdade
sem o sufoco dum grito
povoado de rouquidão
clamando pão e justiça
Queria ser eu em ti
e tu para sempre em nós
sem fantasmas de arrepiar.
MIA
26 Janº 2011
para te disfarçar as cicatrizes
ou também o luar
para te pratear o olhar
que deambula triste e perdido
nas noites de desassossego
Queria ser o caminho
onde as montanhas
fossem searas de trigo
e os campos de papoilas
a nossa cama de desejo
nos dias quentes de Verão
Queria ser o respirar
da nossa boca feito uma
só voz de liberdade
sem o sufoco dum grito
povoado de rouquidão
clamando pão e justiça
Queria ser eu em ti
e tu para sempre em nós
sem fantasmas de arrepiar.
MIA
26 Janº 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
Se
Se eu fosse MARIA
colher-te-ia no meu regaço
para tratar das feridas
que o teu coração tem
e que o vento
não é capaz de levar
Cantaria baixinho
canções de embalar
que tornariam
os teus sonhos mais puros
sem a dor
dum constante acordar
Trataria as chagas
esculpidas no teu ser
que transformam o teu olhar
em cristais perdidos
à procura do aconchego
dum colo cheio de amor
Se eu fosse MARIA
elevar-te-ia aos céus
sem medo nem dor
nem tufões de alma perdida
na plena tranquilidade
que só uma Mãe pode dar
MIA
23 Janº 2011
colher-te-ia no meu regaço
para tratar das feridas
que o teu coração tem
e que o vento
não é capaz de levar
Cantaria baixinho
canções de embalar
que tornariam
os teus sonhos mais puros
sem a dor
dum constante acordar
Trataria as chagas
esculpidas no teu ser
que transformam o teu olhar
em cristais perdidos
à procura do aconchego
dum colo cheio de amor
Se eu fosse MARIA
elevar-te-ia aos céus
sem medo nem dor
nem tufões de alma perdida
na plena tranquilidade
que só uma Mãe pode dar
MIA
23 Janº 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Para uma menina que nunca será mulher
Diz-me porque choras
porque não sei ler o teu pranto
ou o balanço do teu corpo
quando me estendes as mãos
Diz-me porque estás triste
mesmo quando te dou colo
e nem o calor do meu corpo
serve para te acalmar
Diz-me hoje, se podes,
com gestos ou sussurros
porque amanhã
continuarei a não saber ler
as ausências do teu olhar
e mais uma vez
farei das minhas mãos as tuas
para pintar as flores
do teu jardim inventado.
MIA
19 Janº. 2011
porque não sei ler o teu pranto
ou o balanço do teu corpo
quando me estendes as mãos
Diz-me porque estás triste
mesmo quando te dou colo
e nem o calor do meu corpo
serve para te acalmar
Diz-me hoje, se podes,
com gestos ou sussurros
porque amanhã
continuarei a não saber ler
as ausências do teu olhar
e mais uma vez
farei das minhas mãos as tuas
para pintar as flores
do teu jardim inventado.
MIA
19 Janº. 2011
Os meus olhos
Cegasse o mundo meu amor
e pintaríamos aguarelas
para que voltassem a ver
Perdessem os teus olhos vida
que a luz dos meus
seria o teu sol de Verão
Mentisse o meu olhar
e a cega seria eu
por nem o espelho querer ver
Mas pode o mundo cegar
os teus olhos não quererem ver
que os meus serão sempre a verdade.
MIA
19 Janº 2011
e pintaríamos aguarelas
para que voltassem a ver
Perdessem os teus olhos vida
que a luz dos meus
seria o teu sol de Verão
Mentisse o meu olhar
e a cega seria eu
por nem o espelho querer ver
Mas pode o mundo cegar
os teus olhos não quererem ver
que os meus serão sempre a verdade.
MIA
19 Janº 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
E o Rio ali tão perto
Sempre que te vejo ao longe
corro ao teu encontro
sabendo que por momentos
hás-de ser meu
Não me importa a altivez
ou a força que te move
porque os teus braços abertos
seduzem-me cada vez mais
Desiludo-me na aproximação
enciumada por não me abraçares
e com a raiva dos ignorados
atravesso-te sem olhar para trás
levando comigo o teu cheiro
com a promessa de à tardinha voltar
Mais um dia em que nos cruzamos
ao vento, à chuva, ao sol
e mesmo sabendo que me ignoras
sei que estarás sempre lá
à minha espera ou só do tempo passar
E todos os dias eu passo...
MIA
18 Janº 2011
corro ao teu encontro
sabendo que por momentos
hás-de ser meu
Não me importa a altivez
ou a força que te move
porque os teus braços abertos
seduzem-me cada vez mais
Desiludo-me na aproximação
enciumada por não me abraçares
e com a raiva dos ignorados
atravesso-te sem olhar para trás
levando comigo o teu cheiro
com a promessa de à tardinha voltar
Mais um dia em que nos cruzamos
ao vento, à chuva, ao sol
e mesmo sabendo que me ignoras
sei que estarás sempre lá
à minha espera ou só do tempo passar
E todos os dias eu passo...
MIA
18 Janº 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
Esperança
Onde param as madrugadas
despovoadas de nuvens
onde os sonhos dançam
ao ritmo das estrelas?
Andarão escondidas
por este denso nevoeiro
em que as manhãs se confundem
com o entardecer d'Inverno?
Inventem-se novos dias
novas cores, novos destinos
antes que o amanhã seja tarde
e não tenha amanhecer
Voltem os sonhos
os jardins, as madrugadas
e o brilho do nosso olhar
revestido de desejos
MIA
16 Janº 2011
despovoadas de nuvens
onde os sonhos dançam
ao ritmo das estrelas?
Andarão escondidas
por este denso nevoeiro
em que as manhãs se confundem
com o entardecer d'Inverno?
Inventem-se novos dias
novas cores, novos destinos
antes que o amanhã seja tarde
e não tenha amanhecer
Voltem os sonhos
os jardins, as madrugadas
e o brilho do nosso olhar
revestido de desejos
MIA
16 Janº 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
O beijo do Sol
Hoje beijaste-me
como há muito me não visses
e guardei o brilho do teu olhar
quando te inclinaste
para me levar no tempo
Deixei-me ir
como se fosse a última
e adormeci na promessa
de que havias de voltar
quando menos esperaria
Se puderes
volta amanhã
a qualquer hora
em qualquer lugar
porque fazes-me falta
MIA
12 Janº 2011
como há muito me não visses
e guardei o brilho do teu olhar
quando te inclinaste
para me levar no tempo
Deixei-me ir
como se fosse a última
e adormeci na promessa
de que havias de voltar
quando menos esperaria
Se puderes
volta amanhã
a qualquer hora
em qualquer lugar
porque fazes-me falta
MIA
12 Janº 2011
Amaria
Amaria o sol
o mar
o luar
o impossível
se fosse azul
Amaria o pó
a lama
a torrente
a tempestade
se fosse esperança
Amaria o vento
se fosse a minha voz
gritando liberdade.
MIA
12 Janº 2011
o mar
o luar
o impossível
se fosse azul
Amaria o pó
a lama
a torrente
a tempestade
se fosse esperança
Amaria o vento
se fosse a minha voz
gritando liberdade.
MIA
12 Janº 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Se eu pudesse
Pudesse eu chamar-te rio
e navegaria no teu leito
em noites de lua cheia
Pudesse eu abraçar-te
e ficaria como o mar
p'ra sempre enrolado na areia
Pudesse eu gritar e diria
meu amor
como é bela a madrugada
Ah se eu pudesse amar-te
como seria capaz de voar!
MIA
6 Janº 2011
e navegaria no teu leito
em noites de lua cheia
Pudesse eu abraçar-te
e ficaria como o mar
p'ra sempre enrolado na areia
Pudesse eu gritar e diria
meu amor
como é bela a madrugada
Ah se eu pudesse amar-te
como seria capaz de voar!
MIA
6 Janº 2011
À espera do Sol
Que sombrio olhar este
que me revolve os cabelos
e deixa que pela face
caiam gotas de água
vindas dum céu a desfazer-se
Por quantos dias mais
terei de sorrir ao contrário
vestida de negro cinza
sem ver o brilho do teu olhar
reflectido na vidraça
Há tantos dias sem ti...
Amaina tempestade
olha para o meu peito!
MIA
6 Janº. 2011
que me revolve os cabelos
e deixa que pela face
caiam gotas de água
vindas dum céu a desfazer-se
Por quantos dias mais
terei de sorrir ao contrário
vestida de negro cinza
sem ver o brilho do teu olhar
reflectido na vidraça
Há tantos dias sem ti...
Amaina tempestade
olha para o meu peito!
MIA
6 Janº. 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Suspiro
Abraço o desconforto
e deixo que a brisa
leve para lá do tempo
o sussurro dum suspiro
vestido da cor das rosas
Enlaço-me de desejo
como se há muito te não visse
e clamo baixinho
docemente
o teu nome Primavera
E sorrio sempre...
MIA
5 Janº 2011
e deixo que a brisa
leve para lá do tempo
o sussurro dum suspiro
vestido da cor das rosas
Enlaço-me de desejo
como se há muito te não visse
e clamo baixinho
docemente
o teu nome Primavera
E sorrio sempre...
MIA
5 Janº 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Sem sol
Não prometo
não desejo
não espero
simplesmente quero
ver sorrir o sol
debruçado na minha janela
e à tardinha
vê-lo deitar-se
quando abandono o cais
na travessia dos meus passos
Sem sol
sinto a miopia do meu olhar
MIA
4 Jan 2011
não desejo
não espero
simplesmente quero
ver sorrir o sol
debruçado na minha janela
e à tardinha
vê-lo deitar-se
quando abandono o cais
na travessia dos meus passos
Sem sol
sinto a miopia do meu olhar
MIA
4 Jan 2011
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